Alckmin escala 'tropa de choque' para elevar pressão sobre Serra
À frente das negociações para viabilizar uma candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin montou uma espécie de tropa de choque com a missão de elevar as pressões sobre o colega de partido. Preocupado com o desgaste de manter no calendário as prévias para a escolha de um pré-candidato e com o contra-ataque do PT para tentar amarrar um acordo com o prefeito Gilberto Kassab, Alckmin mobilizou aliados em todas as frentes para convencer Serra a oficializar o quanto antes sua disposição de entrar na corrida municipal.
Nomes como os secretários Sidney Beraldo (Casa Civil) e Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano) foram recrutados para lidar diretamente com Serra e seus interlocutores, além de assegurar a coesão da administração estadual em torno do nome do ex-governador. O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) recebeu a missão de comandar a conversas com a bancada paulista no Congresso, enquanto a articulação da bancada estadual conta com o líder do governo Samuel Moreira. Ao presidente municipal do partido, Julio Semeghini, foi dado o encargo de apaziguar os ânimos dos pré-candidatos já inscritos na disputa interna.
Ao manifestar a Alckmin sua disposição de considerar uma candidatura, como noticiou nesta semana o jornal Folha de S. Paulo, Serra fez chegar ao governador as condições para avaliar sua entrada na disputa. Além da garantia de que eventuais resistências no PSDB serão controladas, Serra quer de Alckmin o compromisso de que vai se empenhar pessoalmente para viabilizar sua eleição. Serra já participa ativamente das conversas, mas colocou em campo ao menos quatro interlocutores: o ex-governador Alberto Goldman – a quem coube, por exemplo, entregar a Alckmin uma lista de condições para sua entrada na disputa – , o senador Aloysio Nunes, o ex-presidente do PSDB na cidade José Henrique Reis Lobo e o deputado Jutahy Magalhães Junior.
Prévias
A maior preocupação da tropa alckmista, no momento, se refere às prévias agendadas pelo PSDB paulistano para o dia 4 de março. A avaliação é a de que Alckmin ficou com “a batata quente na mão”. O argumento é o de que, sem uma garantia da candidatura de Serra, Alckmin não pode tomar para si o desgaste de ordenar a suspensão do processo. Se deixar as prévias transcorrerem como planejado enquanto Serra decide seu futuro, corre o risco de sobrar com o ônus político de patrocinar todo o processo, apenas para depois convencer o vencedor a desistir da candidatura.
Até agora, os alckmistas avaliam que dois pré-candidatos não vão impor obstáculos e abrirão caminho para uma candidatura de Serra – os secretários Bruno Covas (Meio Ambiente) e Andrea Matarazzo (Cultura). Os dois têm dito que a decisão final sobre o processo caberá ao governador. A necessidade de buscar uma compensação, afirmam, se aplica principalmente ao deputado Ricardo Trípoli e ao secretário de Energia, José Aníbal. “As prévias são irreversíveis. Todo o partido está mobilizado para as prévias e essa é a vontade do partido na capital”, diz Aníbal. “Eu fico de qualquer maneira até o fim, até dia 4 de março. Estou há 10 meses trabalhando para isso. Tem que ter disputa”, afirma Trípoli.
Enquanto não conseguir uma posição clara de Serra, Alckmin mantém o discurso cauteloso em relação à disputa interna. "As prévias estão mantidas. Não tem nenhum fato novo", afirmou o governador nesta tarde, no Palácio dos Bandeirantes.
Ao manifestar a Alckmin sua disposição de considerar uma candidatura, como noticiou nesta semana o jornal Folha de S. Paulo, Serra fez chegar ao governador as condições para avaliar sua entrada na disputa. Além da garantia de que eventuais resistências no PSDB serão controladas, Serra quer de Alckmin o compromisso de que vai se empenhar pessoalmente para viabilizar sua eleição. Serra já participa ativamente das conversas, mas colocou em campo ao menos quatro interlocutores: o ex-governador Alberto Goldman – a quem coube, por exemplo, entregar a Alckmin uma lista de condições para sua entrada na disputa – , o senador Aloysio Nunes, o ex-presidente do PSDB na cidade José Henrique Reis Lobo e o deputado Jutahy Magalhães Junior.
Prévias
A maior preocupação da tropa alckmista, no momento, se refere às prévias agendadas pelo PSDB paulistano para o dia 4 de março. A avaliação é a de que Alckmin ficou com “a batata quente na mão”. O argumento é o de que, sem uma garantia da candidatura de Serra, Alckmin não pode tomar para si o desgaste de ordenar a suspensão do processo. Se deixar as prévias transcorrerem como planejado enquanto Serra decide seu futuro, corre o risco de sobrar com o ônus político de patrocinar todo o processo, apenas para depois convencer o vencedor a desistir da candidatura.
Até agora, os alckmistas avaliam que dois pré-candidatos não vão impor obstáculos e abrirão caminho para uma candidatura de Serra – os secretários Bruno Covas (Meio Ambiente) e Andrea Matarazzo (Cultura). Os dois têm dito que a decisão final sobre o processo caberá ao governador. A necessidade de buscar uma compensação, afirmam, se aplica principalmente ao deputado Ricardo Trípoli e ao secretário de Energia, José Aníbal. “As prévias são irreversíveis. Todo o partido está mobilizado para as prévias e essa é a vontade do partido na capital”, diz Aníbal. “Eu fico de qualquer maneira até o fim, até dia 4 de março. Estou há 10 meses trabalhando para isso. Tem que ter disputa”, afirma Trípoli.
Enquanto não conseguir uma posição clara de Serra, Alckmin mantém o discurso cauteloso em relação à disputa interna. "As prévias estão mantidas. Não tem nenhum fato novo", afirmou o governador nesta tarde, no Palácio dos Bandeirantes.
Frente kassabista
A ação da tropa alckmista passa ainda pela “contenção” das conversas entre Kassab e o PT. Um tucano envolvido nas conversas afirma que "o pior já passou” e que o simples fato de Serra se dispor a negociar a candidatura já foi suficiente para jogar água nas conversas entre o PSD e o comando da campanha do ex-ministro da Educação Fernando Haddad.
Interlocutores de Alckmin, no entanto, não disfarçam a preocupação com o jogo duplo comandado pelo prefeito. Temem o peso da eleição presidencial de 2014 na movimentação do partido do prefeito. Segundo relato de tucanos, Kassab vem repetindo nas conversas reservadas que o PSDB depende dele convencer Serra a disputar. “Ele só se dispõe a conversar sobre a candidatura por minha causa”, afirmou Kassab, segundo relato de um alckmista. Em outros momentos, no entanto, o clima é de descontração. Nesta semana, numa roda de políticos da qual participavam vários prefeitos petistas e apenas um tucano, Kassab até brincou: “Se eu fosse você, tomava cuidado. O PSDB agora é minoria, a maioria é PSD, PSB e PT”, riu o prefeito.
Por iG