Lindemberg é condenado pelo assassinato de Eloá
Lindemberg Alves Fernandes, de 25 anos, foi condenado pela morte de Eloá Pimentel, de 15 anos. Ele respondia por 12 crimes e foi condenado por todos eles: homicídio qualificado de Eloá, duas tentativas de homicídio (contra Nayara e contra o policial militar Atos Antonio Valeriano), cárcere privado (de Eloá, Victor, Iago e duas vezes de Nayara) e disparo de arma de fogo (quatro). As penas somadas chegam a 98 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. A decisão foi tomada por um júri formado por seis homens e uma mulher. A senteça foi lida pouco antes das 20h de quinta-feira, dia 16 de fevereiro de 2012.
Após o fim do julgamento, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, falou rapidamente com os jornalistas que estavam em frente ao Fórum de Santo André. Ana Cristina agradeceu a Deus, aos promotores e advogados e, principalmente, à população que acompanhou o caso. "Nada vai suprir a minha dor, mas foi feita Justiça e ele [Lindemberg] vai ficar preso para refltir sobre o que fez", disse.
Em 13 outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Pimentel, em Santo André, inconformado com o fim do relacionamento que, entre "idas e vindas" (como descreveu Nayara), durou três anos. No imóvel estavam, além de Eloá e Nayara, que tinham 15 anos na época, Victor de Campos e Iago Vilera. Os rapazes foram liberados após 11 horas. No dia 14 de outubro, Nayara também foi libertada, mas, no dia seguinte, acabou virando refém novamente quando voltou para ajudar nas negociações. Após mais de 100 horas de cárcere privado, a polícia explodiu a porta do apartamento para invadir o local. Um móvel que Lindemberg havia colocado como barreira para impedir a invasão atrapalhou a ação dos policiais. Lindemberg atirou em Nayara e Eloá antes de ser rendido.
O julgamento de Lindemberg Alves teve início na segunda-feira, dia 13, no Fórum de Santo André, no ABC Paulista. Dezenove testemunhas foram convocadas, 5 de acusação e 14 de defesa. O principal depoimento do primeiro dia do júri foi o de Nayara Rodrigues da Silva, de 18 anos. Amiga de Eloá, ela também foi feita refém e baleada por Lindemberg. "No dia do crime [quando Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá], ele ficou surpreso de ter mais gente no apartamento. Ele entrou já de arma em punho", afirmou Nayara. "Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'", disse.
O segundo dia de julgamento do caso Eloá foi marcado por desentendimentos entre promotoria, advogada de defesa e a juíza do caso. Na manhã de terça-feira, dia 14, a defesa e a acusação se desentenderam em relação ao depoimento da mãe da menina, Ana Cristina Pimentel, inicialmente convocada pela defesa. Durante a tarde, a advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. A advogada questionou sobre o número da arma usada no crime que constava no processo. A juíza, então, disse que não cabia a Ana Lúcia fazer tal questionamento naquele momento.
Ana Lúcia afirmou estar em busca da ‘verdade”, porém, mais uma vez, foi alertada pela juíza do caso que deveria esperar o momento dos debates para levantar suas dúvidas. “Em nome do princípio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de novo”, disse a advogada. “Esse princípio não existe ou não tem esse nome”, retrucou a juíza Milena Dias. “Então a senhora precisa voltar a estudar”, disse a advogada. Nesse momento, a promotora Daniela Hashimoto interveio e alertou que Ana Lúcia poderia responder por desacato se fizesse esse tipo de comentário. Por fim, a juíza permitiu que as novas questões fossem feitas pela defesa. Na sentença da juíza, lida no início da noite de quinta-feira, ela incluiu a provocação feita pela advogada Ana Lúcia - "Então a senhora precisa voltar a estudar" - e disse que encaminhou o caso ao Ministério Público para apuração e devidas providências.
No terceiro dia de julgamento do Caso Eloá, o réu Lindemberg Alves deu, pela primeira vez, sua versão sobre o crime. No início de seu depoimento, pediu perdão à mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel. "Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", disse Lindemberg, segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo divulgadas em um conta do Twitter. "Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela."
Durante o interrogatório, Lindemberg disse que ficou surpreso quando entrou no apartamento e encontrou Eloá acompanhada de Victor, Iago e Nayara. "Mandei os três saírem do apartamento, pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram", afirmou. Disse também que só estava armado porque dias antes havia recebido ameaças de morte pelo telefone. "Era para garantir minha segurança."
Lindemberg falou também sobre o tempo que passou dentro do apartamento. Eles ouviam música e conversavam bastante. "Infelizmente foi uma vida que se foi, mas em alguns momentos levamos aquela situação como se fosse uma brincadeira". Afirmou que eles só não saíram antes porque tinham medo da reação da polícia e disse que ficou apavorado quando a equipe do Gate invadiu o apartamento. "Não sabia o que fazer. Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido".
Nesta quinta-feira, mais cedo, houve debate final entre as partes até 13h20. Ana Lúcia Assad, advogada de defesa, disse que não pretendia que o réu seja absolvido da acusação de matar a jovem. "Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse a defensora. Para Daniela, Lindemberg premeditou o crime e já sabia o que ia acontecer no apartamento. "Coloquem-se no papel das vítimas", disse ao júri no Fórum de Santo André. "Lindemberg finge ser um cidadãozinho, um coitadinho, um bobinho... Ele teve todas as garantias para se entregar e não o fez porque estava determinado a matar Eloá", afirmou Hashimoto.
Após o fim do julgamento, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, falou rapidamente com os jornalistas que estavam em frente ao Fórum de Santo André. Ana Cristina agradeceu a Deus, aos promotores e advogados e, principalmente, à população que acompanhou o caso. "Nada vai suprir a minha dor, mas foi feita Justiça e ele [Lindemberg] vai ficar preso para refltir sobre o que fez", disse.
Em 13 outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Pimentel, em Santo André, inconformado com o fim do relacionamento que, entre "idas e vindas" (como descreveu Nayara), durou três anos. No imóvel estavam, além de Eloá e Nayara, que tinham 15 anos na época, Victor de Campos e Iago Vilera. Os rapazes foram liberados após 11 horas. No dia 14 de outubro, Nayara também foi libertada, mas, no dia seguinte, acabou virando refém novamente quando voltou para ajudar nas negociações. Após mais de 100 horas de cárcere privado, a polícia explodiu a porta do apartamento para invadir o local. Um móvel que Lindemberg havia colocado como barreira para impedir a invasão atrapalhou a ação dos policiais. Lindemberg atirou em Nayara e Eloá antes de ser rendido.
O julgamento de Lindemberg Alves teve início na segunda-feira, dia 13, no Fórum de Santo André, no ABC Paulista. Dezenove testemunhas foram convocadas, 5 de acusação e 14 de defesa. O principal depoimento do primeiro dia do júri foi o de Nayara Rodrigues da Silva, de 18 anos. Amiga de Eloá, ela também foi feita refém e baleada por Lindemberg. "No dia do crime [quando Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá], ele ficou surpreso de ter mais gente no apartamento. Ele entrou já de arma em punho", afirmou Nayara. "Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'", disse.
O segundo dia de julgamento do caso Eloá foi marcado por desentendimentos entre promotoria, advogada de defesa e a juíza do caso. Na manhã de terça-feira, dia 14, a defesa e a acusação se desentenderam em relação ao depoimento da mãe da menina, Ana Cristina Pimentel, inicialmente convocada pela defesa. Durante a tarde, a advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. A advogada questionou sobre o número da arma usada no crime que constava no processo. A juíza, então, disse que não cabia a Ana Lúcia fazer tal questionamento naquele momento.
Ana Lúcia afirmou estar em busca da ‘verdade”, porém, mais uma vez, foi alertada pela juíza do caso que deveria esperar o momento dos debates para levantar suas dúvidas. “Em nome do princípio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de novo”, disse a advogada. “Esse princípio não existe ou não tem esse nome”, retrucou a juíza Milena Dias. “Então a senhora precisa voltar a estudar”, disse a advogada. Nesse momento, a promotora Daniela Hashimoto interveio e alertou que Ana Lúcia poderia responder por desacato se fizesse esse tipo de comentário. Por fim, a juíza permitiu que as novas questões fossem feitas pela defesa. Na sentença da juíza, lida no início da noite de quinta-feira, ela incluiu a provocação feita pela advogada Ana Lúcia - "Então a senhora precisa voltar a estudar" - e disse que encaminhou o caso ao Ministério Público para apuração e devidas providências.
No terceiro dia de julgamento do Caso Eloá, o réu Lindemberg Alves deu, pela primeira vez, sua versão sobre o crime. No início de seu depoimento, pediu perdão à mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel. "Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", disse Lindemberg, segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo divulgadas em um conta do Twitter. "Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela."
Durante o interrogatório, Lindemberg disse que ficou surpreso quando entrou no apartamento e encontrou Eloá acompanhada de Victor, Iago e Nayara. "Mandei os três saírem do apartamento, pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram", afirmou. Disse também que só estava armado porque dias antes havia recebido ameaças de morte pelo telefone. "Era para garantir minha segurança."
Lindemberg falou também sobre o tempo que passou dentro do apartamento. Eles ouviam música e conversavam bastante. "Infelizmente foi uma vida que se foi, mas em alguns momentos levamos aquela situação como se fosse uma brincadeira". Afirmou que eles só não saíram antes porque tinham medo da reação da polícia e disse que ficou apavorado quando a equipe do Gate invadiu o apartamento. "Não sabia o que fazer. Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido".
Nesta quinta-feira, mais cedo, houve debate final entre as partes até 13h20. Ana Lúcia Assad, advogada de defesa, disse que não pretendia que o réu seja absolvido da acusação de matar a jovem. "Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse a defensora. Para Daniela, Lindemberg premeditou o crime e já sabia o que ia acontecer no apartamento. "Coloquem-se no papel das vítimas", disse ao júri no Fórum de Santo André. "Lindemberg finge ser um cidadãozinho, um coitadinho, um bobinho... Ele teve todas as garantias para se entregar e não o fez porque estava determinado a matar Eloá", afirmou Hashimoto.
Por Época