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Atirador de Toulouse diz que cumpria missão da Al Qaeda na França

O suposto autor do massacre de Toulouse e de Montauban, Mohamed Merah--que está cercado pela polícia em um prédio-- disse que havia aceitado uma missão da rede terrorista Al Qaeda, e que se recusou a perpetrar um ataque suicida.
As informações foram divulgadas pelo ministro francês do interior, Claude Guéant, à rede de TV francesa TF1. Segundo ele, Merah diz ter recebido instruções da Al Qaeda durante estadia no Paquistão, e foi levantada a possibilidade de uma ação suicida, proposta que teria sido rejeitada.
Merah é suspeito de matar três crianças e um professor em uma escola judaica na última segunda-feira (19). Em outros dois ataques na semana passada, ele teria atirado contra três soldados em Montauban, próximo a Toulouse, que também morreram.
Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, ele é francês de origem argelina e possui antecedentes criminais. O suposto atirador esteve no Paquistão e no Afeganistão e se declara jihadista da Al Qaeda.
No entanto, não existem informações concretas sobre sua participação em um campo de treinamento.
A investigação deve determinar se ele atuou sozinho ou com a ajuda de uma célula, e se ele pertence à Al Qaeda, como reivindica.
 
RENDIÇÃO

Mais cedo, ele prometeu se render "no final da tarde" desta quarta-feira e reivindicou os três ataques nos quais disse ter agido "sozinho", declarou o procurador de Paris, François Molins.
A Raid (unidade de elite da polícia) realizou hoje "várias tentativas de entrar" no apartamento de Toulouse no qual Merah está, sendo atacada a tiros a cada tentativa, acrescentou o procurador durante uma entrevista coletiva à imprensa.
Nas conversas com os policiais, o suspeito "não manifesta arrependimento algum", a não ser por "não ter feito mais vítimas", e se vangloria de ter "colocado a França de joelhos", acrescentou Molins.
Merah pretendia assassinar "dois membros da polícia, particularmente conhecidos na comunidade" de Toulouse, assim como um militar nesta quarta-feira, disse ainda o procurador.
 
MAIS ATAQUES
 
Mais cedo, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque.
Nicole Yardeni, delegada local do Crif (Conselho Representativo de Instituições Judaicas), afirmou que Sarkozy fez a revelação durante uma reunião com representantes das comunidades religiosas em Pérignon, perto do local onde o suspeito está cercado pela polícia.
"Ele tinha um plano para matar na manhã desta quarta-feira", disse Yardeni.
Fontes policiais informaram, um pouco antes, que haviam encontrado explosivos no carro de um dos irmãos de Mohamed Merah, 23, o suspeito dos assassinatos em Toulouse.
Por Folha