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Corpo do escritor Millôr Fernandes é cremado no Rio

A cerimônia de cremação do corpo do escritor Millôr Fernandes ocorreu por volta das 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio, aberta apenas para amigos e familiares.
O velório, que foia berto ao público, terminou poucos minutos antes. Millôr morreu na noite de terça, aos 88 anos, em sua casa no Rio. De acordo com a família, ele sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. 
Hélio Fernandes, 90, irmão de Millôr, afirmou, na saída do velório, que o convívio entre os dois era extraoridnário.
"Posso falar como o amigo mais antigo de Millôr, ele foi um gênio completo. Da mesma forma como Chico Anysio, Millôr reacende a polêmica sobre duas palavras: gênio insubstituível. Os dois foram. O Millôr foi o gênio mais eclético que eu conheci porque não teve nenhum setor que ele não descobrisse e não fosse fantástico. Todos o respeitavam porque ele era muito sincero", afirmou Hélio.
O cineasta Silvio Tendler, que também esteve no velório, afirmou que aprendeu com Millôr a ser contestador. "Ele foi uma das cabeças mais brilhantes que eu conheci, sempre com humor e inteligência. A relação dele com o cinema foi de muita paixão. Não só foi roteirista, como foi ator também. Era apaixonado por literatura, poesia, era completo. A grande lição que aprendi com ele é a de ser contestador, não se pode ser acomodade."
Hubert, integrante do programa "Casseta & Planeta" da TV Globo, disse que Millôr foi o sujeito que mais e melhor exerceu a liberdade de expressão.
"Ele falava sobre tudo, você ficava até meio humilhado. A gente usa só 10% da capacidade do cérebro, ele usava muito mais. Vamos usar as frases dele daqui uns cem anos."
Em fevereiro do ano passado, Millôr Fernandes sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico. Em novembro de 2011, ele recebeu alta após uma temporada de quase cinco meses internado na Casa de Saúde São José, em Botafogo, zona sul do Rio.
Millôr deixa dois filhos, Ivan e Paula, frutos de seu relacionamento com Wanda Rubino. Dois de seus irmãos são vivos: Ruth, que mora no Equador, e Hélio, proprietário do jornal "Tribuna da Imprensa".

Por Folha