Máquina de lavar chega ao sertão do NE antes de água
O descompasso entre a implantação de infraestrutura hídrica no semiárido
nordestino e o crescimento da renda dos seus moradores fez surgir na
região vítimas da seca que não têm água encanada, mas moram em casas com
antenas parabólicas, TVs de LCD e até máquinas de lavar.
Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a renda no Nordeste cresceu 42% entre 2001 e 2009. Já o número de domicílios com água encanada na zona rural aumentou apenas 6,9% entre 2000 e 2010, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Numa região onde apenas 35% dos domicílios rurais são ligados à rede de distribuição, a solução no período de estiagem são ações emergenciais. Só com carros-pipa, o governo federal vai gastar neste ano R$ 164,6 milhões.
"Já passei por muitas secas, andava dois quilômetros para buscar água com o pote na cabeça", disse o agricultor aposentado Serafim Raimundo da Silva, 76 anos, morador de Paranatama, no agreste de Pernambuco.
"Hoje ainda não tenho água de cano [encanada], mas se quiser água gelada é só tirar da cisterna e colocar na geladeira", afirma ele.
O agricultor mora na mesma casa desde criança. Era de taipa, virou de madeira e agora é de tijolo, conta. No telhado, uma antena parabólica divide espaço com um sistema de coleta de água da chuva. Na sala há uma TV de LCD e, no quintal, a máquina de lavar funciona com água de balde.
Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a renda no Nordeste cresceu 42% entre 2001 e 2009. Já o número de domicílios com água encanada na zona rural aumentou apenas 6,9% entre 2000 e 2010, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Numa região onde apenas 35% dos domicílios rurais são ligados à rede de distribuição, a solução no período de estiagem são ações emergenciais. Só com carros-pipa, o governo federal vai gastar neste ano R$ 164,6 milhões.
"Já passei por muitas secas, andava dois quilômetros para buscar água com o pote na cabeça", disse o agricultor aposentado Serafim Raimundo da Silva, 76 anos, morador de Paranatama, no agreste de Pernambuco.
"Hoje ainda não tenho água de cano [encanada], mas se quiser água gelada é só tirar da cisterna e colocar na geladeira", afirma ele.
O agricultor mora na mesma casa desde criança. Era de taipa, virou de madeira e agora é de tijolo, conta. No telhado, uma antena parabólica divide espaço com um sistema de coleta de água da chuva. Na sala há uma TV de LCD e, no quintal, a máquina de lavar funciona com água de balde.
Por Folha