Depois da pressão de Dilma, ações de bancos despencam
As
ações dos bancos voltaram a sofrer na Bolsa de Valores de São Paulo na
quarta-feira, primeiro dia de negociação após o pronunciamento em cadeia
nacional no qual a presidente Dilma Rousseff atacou as altas taxas de
juros cobradas em financiamentos. Enquanto o Ibovespa, índice de
referência do mercado, subiu 0,98%, todos os bancos viram suas cotações
cair. O Banco do Brasil, cujas margens de lucro poderão ser diretamente
afetadas pela redução nas taxas anunciadas no início do mês passado,
teve o maior recuo: suas ações ordinárias (ON, com voto) caíram 2,71%, a
R$ 22,94. Em seguida vieram as quedas de Itaú Unibanco PN (2,48%, a R$
29,24), Bradesco PN (1,4%, a R$ 30,20) e Santander (0,19%, a R$ 15,51).
Em abril, as quedas acumuladas foram de 3,9% (Bradesco PN) a 14,08%
(Itaú Unibanco PN).
A discussão pública entre bancos privados e governo sobre o spread bancário (diferença entre o custo de captação e as taxas cobradas dos clientes), iniciada em março, ajudou a derrubar as ações desde então. O incômodo do Planalto começou após o Banco Central (BC) cortar a taxa básica de juros (Selic, hoje em 9%) para 9,75%, em 7 de março. Para o governo, os bancos não estavam repassando ao consumidor os cortes na Selic. Ainda em março, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, reuniu-se com a equipe econômica em Brasília. Na saída do encontro, Portugal declarou que “a bola estava com o governo”. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu e, no início de abril, Banco do Brasil e Caixa reduziram suas taxas. Com isso, as ações dos bancos caíram no mês passado de 3,9% (Bradesco PN) a 14,08% (Itaú Unibanco PN).
Setor espera avanço menor do crédito
Além do temor de diminuição dos lucros com os cortes nas taxas, os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano não foram bem recebidos. Segundo Hersz Ferman, gestor da Yield Capital, resultados de Bradesco, Itaú e Santander apontaram aumento da inadimplência. O balanço do Banco do Brasil está previsto para sair nesta quinta-feira.
Para um analista do setor bancário que preferiu não se identificar, a reação do mercado pode ter sido “exagerada”. No entanto, a aversão de investidores a interferências do governo e o cenário ruim para a Bolsa em abril também contribuem para as quedas.
Segundo pesquisa divulgada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), o setor revisou para baixo a projeção para o avanço total do crédito em 2012. Agora, a estimativa é de crescimento de 16,2%, ante 16,6% anteriores. Segundo Rubens Sardenberg, economista-chefe da entidade, os motivos para a redução são as incertezas no cenário externo, sobretudo com a Europa, e a inadimplência no Brasil. Mas os bancos preveem queda dos atuais 5,7% para 5,3% no fim deste ano.
A discussão pública entre bancos privados e governo sobre o spread bancário (diferença entre o custo de captação e as taxas cobradas dos clientes), iniciada em março, ajudou a derrubar as ações desde então. O incômodo do Planalto começou após o Banco Central (BC) cortar a taxa básica de juros (Selic, hoje em 9%) para 9,75%, em 7 de março. Para o governo, os bancos não estavam repassando ao consumidor os cortes na Selic. Ainda em março, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, reuniu-se com a equipe econômica em Brasília. Na saída do encontro, Portugal declarou que “a bola estava com o governo”. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu e, no início de abril, Banco do Brasil e Caixa reduziram suas taxas. Com isso, as ações dos bancos caíram no mês passado de 3,9% (Bradesco PN) a 14,08% (Itaú Unibanco PN).
Setor espera avanço menor do crédito
Além do temor de diminuição dos lucros com os cortes nas taxas, os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano não foram bem recebidos. Segundo Hersz Ferman, gestor da Yield Capital, resultados de Bradesco, Itaú e Santander apontaram aumento da inadimplência. O balanço do Banco do Brasil está previsto para sair nesta quinta-feira.
Para um analista do setor bancário que preferiu não se identificar, a reação do mercado pode ter sido “exagerada”. No entanto, a aversão de investidores a interferências do governo e o cenário ruim para a Bolsa em abril também contribuem para as quedas.
Segundo pesquisa divulgada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), o setor revisou para baixo a projeção para o avanço total do crédito em 2012. Agora, a estimativa é de crescimento de 16,2%, ante 16,6% anteriores. Segundo Rubens Sardenberg, economista-chefe da entidade, os motivos para a redução são as incertezas no cenário externo, sobretudo com a Europa, e a inadimplência no Brasil. Mas os bancos preveem queda dos atuais 5,7% para 5,3% no fim deste ano.