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Justiça manda prender dois militares por massacre no Pará

Dezesseis anos depois do massacre de Eldorado dos Carajás, quando policiais abriram fogo contra trabalhadores rurais sem-terra, matando 19 pessoas, a Justiça do Pará mandou prender dois militares envolvidos no confronto.
os policiais militares coronel Mário Colares Pantoja e tenente José Maria Pereira de Oliveira são acusados de comandar a ação. Os dois foram condenados, e o processo transitou em julgado em abril – o que significa que não cabem mais recursos. Segundo o G1, o juiz Edmar Pereira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, expediu o mandado de prisão para que eles comecem a cumprir as penas, e o coronel Pantoja aceitou se entregar.
“Ele [Pantoja] vai se apresentar ainda hoje, estamos levando o coronel para o presídio onde ele vai se começar a cumprir a pena”, afirmou o advogado Gustavo Pastor, que representa o coronel Pantoja. Segundo o defensor, o coronel deve chegar ao presídio especial para militares, Anastácia das Neves, por volta das 13h30 desta segunda. 
Pantoja foi condenado a 228 anos de prisão, e o major Oliveira pegou 158 anos e quatro meses. Os dois estavam em liberdade por força de um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal de 2005.
O massacre de Eldorado dos Carajás aconteceu em 17 de abril de 1996, quando cerca de 1,5 mil sem-terras que estavam acampados fizeram uma marcha contra a demora da desapropriação de terras para a Reforma Agrária. Encarregados de retirarem os manifestantes do local, os policiais militares atiraram contra os manifestantes. Dos 155 policiais que participaram da ação, apenas os dois comandantes foram condenados.

Por Época