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BC autoriza câmbio em caixa 24h e até em padaria

De olho na Copa do Mundo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, nesta quinta-feira, duas medidas para desburocratizar as operações de câmbio no Brasil. A partir de agora, toda pessoa jurídica – e não apenas as ligadas ao setor de turismo – poderá realizar a troca de moedas. Com isso, caixas de padarias ou recepções de hotéis, por exemplo, poderão fazer a transação. Além disso, o conselho autorizou a instalação no país de terminais de autoatendimento específicos para este tipo de operação.
"As medidas simplificam as operações de câmbio de pequeno valor e proporcionam mais alternativas de acesso", afirma o BC em nota. "As medidas encontram-se em linha com as ações do governo federal para simplificar e modernizar o mercado de câmbio e possibilitam, sem abrir mão da segurança, a criação de rede compatível com centros turísticos dos mais variados portes", diz o Conselho em comunicado.
Até agora, só empresas do ramo de turismo – com credenciamento no Ministério do Turismo – estavam autorizadas a trocar moedas. "Agora, até uma padaria poderá fazer a operação", disse o secretário-executivo do BC, Geraldo Magela Siqueira. Essas operações serão realizadas presencialmente, como numa casa de câmbio tradicional.

Terminais – Já os novos terminais de autoatendimento deverão ser instalados e operados por instituições financeiras cadastradas. Neles será possível trocar moeda nacional por estrangeira e vice-versa. Serão permitidas transações no valor de até 3 mil dólares. Segundo o Banco Central, o cliente terá de inserir um cartão de débito ou de crédito internacional no terminal para que fique registrado o autor da transação.
Para efetuar a operação, basta que o cliente insira as notas (em moeda local ou estrangeira) no terminal, escolha a moeda de troca e retire o dinheiro. O objetivo, segundo o BC, é facilitar as operações de câmbio para estrangeiros durante os eventos esportivos que ocorrerão a partir de 2013, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Comuns na Europa e nos Estados Unidos, as chamadas "máquinas cambiadoras" permitem que diferentes moedas sejam trocadas automaticamente. "No equipamento tradicional, só é permitido o saque (o que impossibilita a operação de câmbio). Na nova máquina, o cliente poderá trocar moedas. Coloca-se real, por exemplo, e retira-se moeda estrangeira", explicou Siqueira.
Na transação de câmbio, a instituição financeira responsável pela máquina poderá operar livremente com a taxa de compra e venda. Também poderá ser cobrada uma tarifa, desde que prevista pelas atuais regras do BC. 
Siqueira acredita que as novas máquinas não vão incentivar o uso do câmbio para fins ilegais, como a lavagem de dinheiro. "O cliente será identificado e pode estar sujeito a explicar operações. Transações são acompanhadas e podem cair no radar do BC, que pode cobrar explicações das instituições financeiras ou ainda cair no COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)", disse o representante do BC.

Por Veja