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PF fará acareação entre juiz e mulher de Cachoeira

O delegado Sandro Paes Sandre, da Polícia Federal, disse nesta segunda-feira que a acareação entre o juiz federal Alderico Rocha Santos e Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, será na próxima semana. Andressa foi denunciada por tentativa de chantagem pelo juiz da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás.
Segundo a Polícia Federal, Andressa tentava cooptar o magistrado para obter uma decisão judicial favorável ao marido. O contraventor foi preso durante a Operação Monte Carlo, no mês de fevereiro, sob suspeita de chefiar esquema de exploração de jogos eletrônicos ilegais em Goiás. 
Apesar de ser investigada pelo crime de corrupção ativa, a mulher de Cachoeira foi liberada após prestar depoimento. A Justiça determinou, no entanto, que Andressa terá de pagar uma fiança de 100 000 reais e não poderá manter contato com os investigados na operação Monte Carlo - o que inclui o seu marido.
Um dos policiais que esteve no condomínio de luxo onde mora o casal Cachoeira disse que, ao ser convocada, Andressa engoliu em seco, depois chorou muito. Os policiais federais também apreenderam computadores na casa dela. 
"Ela está sendo monitorada", disse o delegado Sandro Sandre. "E também está proibida de acesso e frequência à Justiça Federal, e de entrar em contato com qualquer pessoa envolvida na Operação Monte Carlo", disse ele. A PF também investiga se Andressa Mendonça recebeu ordem do marido para agir.

'Mensageira' - Os procuradores da República, Léa Batista, Marcelo Ribeiro e Daniel Salgado, do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, classificaram a mulher de Cachoeira como "mensageira do grupo criminoso" comandado por seu marido em Goiás.
"A ousadia da companheira de Carlinhos Cachoeira, ao chantagear e ofertar vantagem ao juiz federal, somadas às galhofas observadas durante a audiência, mostra o desprezo e a afronta de Carlos Augusto de Almeida Ramos e de pessoas ligadas ao 'capo' do grupo criminoso", disse Daniel Salgado.
Durante entrevista coletiva, a procuradora Léa Batista afirmou que a suposta investigação sobre a vida do juiz demonstrou, na prática, que o grupo de Cachoeira "continua ativo", mesmo após a sua prisão.
O Ministério Público revelou que Andressa Mendonça está sendo investigada em outros dois inquéritos policiais pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção no caso da fazenda Santo Luzia, adquirida em Luziânia, no entorno do Distrito Federal, para lavar o dinheiro do grupo de Cachoeira. De acordo com o MPF em Goiás, se for também condenada por corrupção ativa, Andressa Mendonça pegará uma pena de 22 anos de prisão.

Por Veja