FHC afirma que Lula virou um chefe de facção
Por Folha
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira que o atual ocupante do cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, virou um militante e um chefe de uma facção.
"Isto extrapola o limite do estado de direito democrático", disse FHC em entrevista com militantes do partido transmitida pela internet. Em cerca de 45 minutos, ele passou a maior parte do diálogo criticando Lula.
FHC também chegou a citar o ex-ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945) para atacar o presidente. "Faltou quem freasse o Mussolini. Alguém tem que parar o Lula", afirmou o ex-presidente, depois ponderando que não estava fazendo uma comparação.
O ex-presidente também classificou de abuso de poder político e autoritarismo uma declaração feita por Lula, ontem em Santa Catarina, de que é preciso "extirpar" o DEM, ex-PFL, da política brasileira.
"É uma forma incorreta, o presidente da República não pode ser expressar dessa forma", disse.
Segundo ele, por conta dessa declaração poderia haver uma consulta ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Para o equilíbrio dos poderes. O presidente está extrapolando o poder político."
FHC também reclamou do fato de Lula sempre criticá-lo. "O presidente Lula perdeu de mim e ele não engoliu até hoje", disse.
O ex-presidente fez ainda mea culpa ao dizer que seu governo e o PSDB erraram na comunicação. "Se alguma coisa que nós fizemos timidamente foi a comunicação."
Ele criticou a forma como Dilma Rousseff (PT) se comunica e afirmou que um presidente deve saber como dialogar com o povo. "Eu não sei se ela tem algum estilo, talvez tenha nenhum", disse.
Em alguns momentos da entrevista, FHC elogiou José Serra (PSDB) e disse que ele foi um bom ministro da Saúde.
EXTIRPAR
A declaração de Lula em Santa Catarina gerou críticas do DEM.
O presidente emérito do DEM, Jorge Bornhausen, atribuiu os ataques do presidente Lula à ingestão de bebidas alcoólicas antes de comícios.
"Aconselho o presidente Lula a não faltar com a verdade, a não inaugurar obras inacabadas e a não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios", afirmou o ex-senador à Folha. "É uma manifestação chavista, incompatível com a democracia."
No discurso de ontem, Lula falou que o DEM "alimentou ódio", em referência a uma frase dita por Bornhausen em 2005, durante o escândalo do mensalão. À época, o dirigente do DEM comentou: "Estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos".
O petista disse ainda que "já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros. Já conhecemos as histórias deles".
Logo após o comício em Joinville (SC), o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), filho de Jorge, disse em nota que o presidente, para pronunciar o nome dos Bornhausen dentro de Santa Catarina, "tem que estar são e lavar a boca antes".
O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que Lula agiu de forma "desequilibrada" e "autoritária". "O caminho para extirpar o adversário é na linha da Alemanha nazista. O presidente age de forma autoritária ao invés de deixar o eleitor decidir. Ele teve coragem, numa forma absurda, de sugerir isso em um momento eleitoral."
Maia disse que o DEM não pretende ingressar com ações judiciais contra Lula porque a relação com o presidente é política. "Temos certeza que esse é o caminho para a democracia. Pena que o presidente não ache isso. Veja do que é capaz um líder, mesmo com altas popularidades."
Pai de Rodrigo, o candidato ao Senado pelo Rio, César Maia, adotou o mesmo discurso contra Lula. "Essa é uma expressão muito comum entre os nazistas contra os judeus, extirpar os judeus. Hitler dizia isso cada vez que ia ao palanque", atacou.
"Lula, PT e Dilma deviam se preocupar em extirpar mensaleiros, sanguessugas que, depois de saquearem o dinheiro público, continuam no governo", afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), em sua página no Twitter.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que a frase de Lula veio em um "bom momento" para mostrar à população brasileira os riscos da manutenção do PT no poder. "Está nascendo um déspota. Ele demonstra o viés antidemocrático do governo para o qual o Brasil está caminhando. Espero que a frase sirva de advertência para o povo brasileiro de que esse é o caminho de um partido cínico."
"Isto extrapola o limite do estado de direito democrático", disse FHC em entrevista com militantes do partido transmitida pela internet. Em cerca de 45 minutos, ele passou a maior parte do diálogo criticando Lula.
FHC também chegou a citar o ex-ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945) para atacar o presidente. "Faltou quem freasse o Mussolini. Alguém tem que parar o Lula", afirmou o ex-presidente, depois ponderando que não estava fazendo uma comparação.
O ex-presidente também classificou de abuso de poder político e autoritarismo uma declaração feita por Lula, ontem em Santa Catarina, de que é preciso "extirpar" o DEM, ex-PFL, da política brasileira.
"É uma forma incorreta, o presidente da República não pode ser expressar dessa forma", disse.
Segundo ele, por conta dessa declaração poderia haver uma consulta ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Para o equilíbrio dos poderes. O presidente está extrapolando o poder político."
FHC também reclamou do fato de Lula sempre criticá-lo. "O presidente Lula perdeu de mim e ele não engoliu até hoje", disse.
O ex-presidente fez ainda mea culpa ao dizer que seu governo e o PSDB erraram na comunicação. "Se alguma coisa que nós fizemos timidamente foi a comunicação."
Ele criticou a forma como Dilma Rousseff (PT) se comunica e afirmou que um presidente deve saber como dialogar com o povo. "Eu não sei se ela tem algum estilo, talvez tenha nenhum", disse.
Em alguns momentos da entrevista, FHC elogiou José Serra (PSDB) e disse que ele foi um bom ministro da Saúde.
EXTIRPAR
A declaração de Lula em Santa Catarina gerou críticas do DEM.
O presidente emérito do DEM, Jorge Bornhausen, atribuiu os ataques do presidente Lula à ingestão de bebidas alcoólicas antes de comícios.
"Aconselho o presidente Lula a não faltar com a verdade, a não inaugurar obras inacabadas e a não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios", afirmou o ex-senador à Folha. "É uma manifestação chavista, incompatível com a democracia."
No discurso de ontem, Lula falou que o DEM "alimentou ódio", em referência a uma frase dita por Bornhausen em 2005, durante o escândalo do mensalão. À época, o dirigente do DEM comentou: "Estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos".
O petista disse ainda que "já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros. Já conhecemos as histórias deles".
Logo após o comício em Joinville (SC), o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), filho de Jorge, disse em nota que o presidente, para pronunciar o nome dos Bornhausen dentro de Santa Catarina, "tem que estar são e lavar a boca antes".
O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que Lula agiu de forma "desequilibrada" e "autoritária". "O caminho para extirpar o adversário é na linha da Alemanha nazista. O presidente age de forma autoritária ao invés de deixar o eleitor decidir. Ele teve coragem, numa forma absurda, de sugerir isso em um momento eleitoral."
Maia disse que o DEM não pretende ingressar com ações judiciais contra Lula porque a relação com o presidente é política. "Temos certeza que esse é o caminho para a democracia. Pena que o presidente não ache isso. Veja do que é capaz um líder, mesmo com altas popularidades."
Pai de Rodrigo, o candidato ao Senado pelo Rio, César Maia, adotou o mesmo discurso contra Lula. "Essa é uma expressão muito comum entre os nazistas contra os judeus, extirpar os judeus. Hitler dizia isso cada vez que ia ao palanque", atacou.
"Lula, PT e Dilma deviam se preocupar em extirpar mensaleiros, sanguessugas que, depois de saquearem o dinheiro público, continuam no governo", afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), em sua página no Twitter.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que a frase de Lula veio em um "bom momento" para mostrar à população brasileira os riscos da manutenção do PT no poder. "Está nascendo um déspota. Ele demonstra o viés antidemocrático do governo para o qual o Brasil está caminhando. Espero que a frase sirva de advertência para o povo brasileiro de que esse é o caminho de um partido cínico."