|

Novo suspeito de violar dados seria do PT

Por G1

O funcionário da Receita Federal em Minas Gerais que, segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", acessou dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, é filiado ao PT desde agosto de 2001, de acordo com registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o "Estado de S. Paulo", um analista da Receita chamado Gilberto Souza Amarante fez dez consultas a informações sigilosas de Eduardo Jorge em abril de 2009 na agência de Formiga, a 210 km de Belo Horizonte.
O G1 tentou entrar em contato com Gilberto, mas não conseguiu encontrá-lo neste domingo.
Se for confirmado, esse será o segundo caso de acesso a dados sigilosos de Eduardo Jorge. A própria Receita confirma que o tucano teve dados fiscais acessados na agência de Mauá, em São Paulo.
Segundo o TSE, o nome de Gilberto Souza Amarante consta do lista dos 276 filiados ao PT que votam na cidade de Arcos (MG).
Ao G1, Eduardo Jorge disse que o fato de Amarante ser filiado ao PT é "mais uma evidência de que os vazamentos na Receita têm motivação eleitoral". Para o tucano, as quebras de sigilo estão vinculadas à campanha da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff.



Eduardo Jorge afirmou não saber oficialmente se o acesso aos dados fiscais em Formiga foram feitos de modo irregular, mas classificou como "uma coincidência estranha", a filiação partidária do funcionário. "Só vou saber se foi irregular ou não depois [das investigações]. Mas é muita coincidência. Não tenho nada em Formiga e o funcionário é do PT", afirmou.
O presidente do PT, Eduardo Dutra, afirmou que, se for comprovado o acesso irregular do funcionário da Receita aos dados de Eduardo Jorge, o partido em Minas Gerais vai abrir um processo ético contra ele.
"Temos informações de que o analista de Receita Gilberto Souza Amarante seria filiado ao PT de Minas Gerais pelo município de Arcos. O presidente do PT de lá não conhece esse Gilberto. Em se comprovando que ele teria feito esse acesso, além do processo na Receita, ele sofreria um processo ético porque isso se choca com o código ética do PT", disse.
Dutra afirmou ainda que as consultas a dados sigilosos de tucanos não estão relacionadas à campanha eleitoral. "Não tem nada a ver com a campanha. Nenhum de nós o conhece. É claro que a oposição vai fazer estardalhaço diante disso. Mas não há nenhuma relação com as pessoas da campanha. Não há nenhuma orientação do PT para isso. Deixamos muito claro que não concordamos com isso", disse Dutra.
A assessoria do PT estadual informou que na segunda-feira (6) poderá confirmar a filiação de Amarante.