Em tom messiânico, Lula se despede para 'viver a vida das ruas'

"Homem do povo que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta", disse.
Lula aproveitou a ocasião para exaltar e pedir apoio à sua sucessora. "Tenho certeza de que Dilma será uma presidenta à altura deste novo Brasil, que respeita seu povo e é respeitado pelo mundo".
Incansável na crítica aos antecessores, o presidente disse que o seu governo afugentou "a onda de fracasso que pairava sobre o País": "Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande país governassem apenas para um terço da população".
Otimista, afirmou que o brasileiro "acredita mais no seu país e em si mesmo" e que o Brasil tem "um encontro marcado com o sucesso". Ele listou uma série de obras cuja construção mal começou, como a hidrelétrica de Belo Monte e até o trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio, projetos que, segundo ele, "estão entre os maiores do mundo e vão mudar o curso da nossa história".
O pré-sal foi louvado como "passaporte para o futuro" e sobrou espaço inclusive para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Zeramos nossa dívida com o Fundo Monetário Internacional e agora é o Brasil que empresta dinheiro ao FMI", observou.
Em desfecho messiânico, disse que "onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto", "onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível". "Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa e esta causa se chama Brasil".
Apesar dos superlativos e do ufanismo, o bordão "Nunca antes na história deste país..." ficou de fora do pronunciamento do presidente.
Por Veja