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Exame mostra pólvora em mãos de suspeitos de matar prefeito de Jandira (SP), diz polícia

Exames residuográficos comprovaram a presença de pólvora nas mãos de dois dos quatro detidos nesta sexta-feira após a morte do prefeito de Jandira (Grande São Paulo), Walderi Braz Paschoalin (PSDB). A informação é da Polícia Civil, que pedirá ainda hoje a prisão temporária dos quatro suspeitos.
Os homens estão na sede do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa), de Carapicuiba. Segundo o delegado Zacarias Katcer Padros, chefe do setor, "há indícios suficientes para o pedido de prisão do quarteto".
De acordo com ele, os outros dois detidos estavam "próximo ao veículo usado no atentado e estavam com garrafas com combustível para incendiar o carro".
O delegado chefe do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), Marcos Carneiro Lima, que esteve em Jandira nesta sexta, informou que a ação contra o prefeito do município deve ter sido um crime encomendado.
"Tem característica de execução, pois os suspeitos foram com o objetivo de matar e utilizaram arma de alto porte, provavelmente fuzil e uma pistola 9 milímetros", disse o delegado.
Segundo Carneiro, ainda não é possível definir a motivação do crime. "Nesse primeiro momento não é possível dizer se houve motivação politica, mas a polícia também vai investigar essa hipótese", diz.

CRIME

Paschoalin foi morto a tiros por volta das 8h de hoje, quando chegava à Rádio Astral FM, na rua Antonio Conselheiro, para um programa semanal que comandava. Ele chegou a ser socorrido em um pronto-socorro municipal, mas não resistiu.
Geleia, que levou um tiro na cabeça, foi levado para o Sameb (Serviço de Assistência Médica Barueri) e, de lá, transferido de helicóptero para o Hospital de Clínicas de São Paulo. Ele passou por uma cirurgia e, segundo a assessoria da Prefeitura de Jandira, Geleia está na UTI (Unidade de Tratamento Intensiva) em estado grave.
O corpo do prefeito está sendo velado no Ginásio Central de Jandira desde as 18h. O governador Alberto Goldman (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), informaram a Prefeitura de Jandira que comparecerão ao velório ainda hoje.
Paschoalin tinha 62 anos e estava em seu terceiro mandato. De acordo com informações da prefeitura, ele foi eleito vereador de Jandira em 1976, aos 28 anos. Em 1982 foi candidato a prefeito, mas ficou em terceiro lugar. No ano seguinte assumiu o cargo de secretário de Esportes da cidade. Ele foi eleito prefeito pela primeira vez em 1988 e governou a cidade até 1992. Alcançou o segundo mandato nas eleições de 1996, sendo reconduzido ao cargo pela terceira vez em 2008.
Um Focus prata que teria sido usado pelos criminosos foi encontrado em uma estrada de terra a cerca de 3 km de onde o prefeito foi morto, com os bancos encharcados de gasolina, uma garrafa pet com o combustível dentro e um camiseta também molhada de gasolina. Segundo a polícia, o carro --que tem marcas de tiros e é roubado-- interceptou o veículo do prefeito antes que ele estacionasse.
A Procuradoria Geral de Justiça designou hoje os promotores do Júri de Jandira e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Paulo para acompanharem as investigações sobre o assassinato.

VIOLÊNCIA

No dia 8 de julho, o ex-vereador de Jandira Waldemiro Moreira de Oliveira, 49, foi assassinado durante uma tentativa de assalto. O crime ocorreu na casa onde ele morava na rua Diadema, no Jardim das Margaridas.
No dia 20 de setembro, sete homens armados invadiram o prédio onde morava a filha do prefeito e um vereador, no bairro Anita Costa. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a quadrilha foi até a casa de um porteiro que trabalhava no prédio e o rendeu, junto com sua mulher e um vizinho.
Em seguida, foram até o prédio onde morava a filha de Paschoalin, renderam o porteiro que trabalhava no momento e tentaram arrombar a porta do apartamento dela. Ela e seu marido seguraram a porta para evitar a entrada dos criminosos.
A quadrilha fugiu levando apenas a bateria do celular do porteiro rendido na portaria. Na época, a filha de Paschoalin disse à polícia que achava que os criminosos queriam o dinheiro arrecadado em uma festa, em Jandira.
Por Folha