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ONU aprova sanções à Líbia; Obama pede saída de Gaddafi

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou neste sábado, por unanimidade, sanções severas contra o líder líbio Muammar Gaddafi, seus familiares e integrantes de seu círculo político. Essas sanções incluem a proibição das viagens de Gaddafi e o congelamento de seus bens.
A resolução aprovada pelo conselho de 15 nações também inclui uma referência a Corte Internacional de Haia a respeito da repressão das forças governamentais contra as manifestações populares, para posterior investigações de quaisquer responsáveis pela morte de civis.
A resolução aprovada pelo conselho tem por objetivo "atingir a ampla e sistemática violação de direitos humanos, incluindo a repressão de protestantes pacíficos". Os membros também manifestaram preocupação pela morte de civis, "rejeitando inequivocamente o incitamento de hostilidades e violências contra a população civil feita pelas mais altas autoridades do governo líbio".
A decisão das Nações Unidas ocorre na sequência de medidas semelhantes já adotadas pelos EUA. Obama assinou uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Gaddafi, sua família e membros de seu regime. 
Ontem, o líder americano declarou que Gaddafi deve deixar o poder e sair do país "agora", já que perdeu a legitimidade para governar. "Quando a única forma de um líder permanecer no poder é pelo uso da violência massiva contra seu próprio povo, ele perdeu sua legitimidade para governar e precisa fazer o que é certo: ir embora", avaliou Obama, conforme comunicado distribuído pela Casa Branca.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por cinco integrantes permanentes --China, França, Rússia, Reino Unido e EUA-- e dez integrantes com mandatos de dois anos, que hoje são: África do Sul, Alemanha, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Colômbia, Gabão, Índia, Líbano, Nigéria e Portugal. 

OBAMA 


O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou neste sábado que o ditador líbio Muammar Gaddafi deve deixar o poder e sair do país "agora", já que perdeu a legitimidade para governar.
De acordo com o texto distribuído pela Casa Branca, Obama "assinalou que quando a única forma de um líder permanecer no poder é pelo uso da violência massiva contra seu próprio povo, ele perdeu sua legitimidade para governar e precisa fazer o que é certo: ir embora".
O presidente americano manifestou sua posição durante uma conferência telefônica com a chanceler alemã Angela Merkel, para coordenar as medidas da comunidade internacional ante a situação na Líbia.
Ainda conforme o comunicado oficial, Obama elogiou os esforços dos aliados e sócios, nas Nações Unidas e na União Europeia, para desenvolver e aplicar 'medidas contundentes'.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se ontem para aprovar sanções severas contra o regime de Gaddafi com o propósito de deter a sangrenta repressão no país.
O projeto de resolução prevê um arsenal de sanções, entre elas um embargo sobre a venda de armas à Líbia, a proibição das viagens de Gaddafi e o congelamento de seus bens.
Na sexta, Obama antecipou-se ao Conselho de Segurança da ONU e assinou uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Gaddafi, sua família e membros de seu regime.

GUERRA CIVIL
 
Em entrevista à rede de televisão árabe Al Arabiya neste sábado, o filho do ditador líbio Muammar Gaddafi, Saif al Islam Gaddafi, disse que a escalada dos conflitos entre manifestantes e forças do governo podem levar o país a uma guerra civil ou à intervenção internacional na região.
O filho do ditador líbio também reconheceu que há "uma vontade interna de mudança" na Líbia, mas afirmou que os manifestantes estão sendo manipulados.
"O que a nação líbia está passando abriu as portas para todas as opções, e agora os sinais de guerra civil e interferência estrangeira começaram a aparecer", disse Saif al Islam.

Por Folha