|

EUA cortam laços diplomáticos e impõem sanções à Líbia

Os Estados Unidos irão suspender as atividades de sua embaixada na Líbia e avançar com os planos de sanções unilaterais contra o regime do ditador Muammar Gaddafi, informou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Segundo ele, as sanções serão finalizadas no futuro próximo, sem dar detalhes sobre que tipo de medida será imposta. "Estamos dando início a uma série de sanções unilaterais para pressionar o regime da Líbia a dar fim aos assassinatos de seu próprio povo", disse ele.
O governo de Obama disse anteriormente que estuda "várias opções" contra o país, entre elas o congelamento de bens, a instauração de uma zona de voo "proibida" sobre a Líbia e até ação militar.
Após conversar por telefone com líderes do Reino Unido, França e Itália sobre medidas imediatas para dar fim à crise, Obama também falou sobre a Líbia com o premiê turco, Tayyip Erdogan, de acordo com a Casa Branca.
Carney disse, em entrevista coletiva, que Washington também reduzirá a sua limitada cooperação militar com a Líbia, e que os EUA apoiam a suspensão do país norte-africano da ONU (Organização das Nações Unidas).
O porta-voz acrescentou que Gaddafi "perdeu toda a credibilidade e a confiança do povo da Líbia".

NAVIO
 
Uma embarcação fretada pelo governo dos EUA transportando 167 americanos e 118 estrangeiros que estavam na Líbia chegou na tarde desta sexta-feira à ilha de Malta.
O navio Maria Dolores -- que ficou na capital líbia, Trípoli, por cerca de três dias-- conseguiu deixar o porto hoje e atracou na capital maltesa, Valletta, após uma viagem de cerca de oito horas.
"Mais de 300 passageiros estavam no navio quando esta deixou a Líbia com destino a Malta", disse o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, por meio do Twitter. "Mais passageiros embarcaram após a partida", acrescentou. 
O porto de Valletta está repleto de navios de guerra da França, Alemanha, Reino Unido e Malta, entre embarcações militares de outros países usadas para retirar cidadãos que estavam na Líbia.
Dezenas de milhares de estrangeiros tentam deixar a Líbia --entre eles, além dos europeus, muitos turcos e chineses. Muitos cidadãos também deixam o país norte-africano em aviões fretados.
Uma aeronave fretada pelo governo americano deve deixar a base aérea de Mitiga, na região de Trípoli, com destino a Istambul nesta sexta-feira.
Os Estados Unidos suspenderam as operações em sua embaixada na Líbia e estão avançando com os planos de sanções unilaterais contra o regime do ditador Muammar Gaddafi, informou o porta-voz da Casa Branca Jay Carney na sexta-feira.
Carney disse, em entrevista coletiva, que Washington também reduzirá a sua limitada cooperação militar com a Líbia, e que os Estados Unidos apoiam a suspensão do país norte-africano da ONU (Organização das Nações Unidas).
O porta-voz acrescentou que Gaddafi "perdeu toda a credibilidade e a confiança do povo da Líbia". "O coronel Gaddafi perdeu a confiança de seu povo", disse. 

DISCURSO
 
Gaddafi fez uma rápida aparição nesta sexta-feira na praça Verde, em Trípoli, para pedir à multidão de seguidores no local que "defenda a Líbia", segundo imagens mostradas pela rede de TV americana CNN.
"Defendam a Líbia e os interesses da Líbia. Estamos prontos para triunfar contra os inimigos", disse o ditador.
"Nós derrotaremos qualquer campanha estrangeira, como já fizemos no passado", acrescentou Gaddafi, dizendo que "a força da massa e da juventude é invencível".
"A vida sem dignidade não tem significado, a vida deve ter a glória e a vitória, representada por essas bandeiras verdes. Vivam com dignidade e com moral. Muammar gaddafi é um de vocês! Dancem, cantem e sejam felizes", finalizou o ditador, antes de mandar beijos à multidão de apoiadores. 

REPRESSÃO
 
Nesta sexta-feira, milícias atiraram para dispersar milhares de manifestantes antigoverno na capital da Líbia, Trípoli, reduto do ditador Muammar Gaddafi. As agências de notícias internacionais já trazem relatos, não confirmados, de ao menos dois mortos em vários confrontos na capital.
Estes são os primeiros confrontos a chegar a Trípoli em dias, depois que a oposição conquistou boa parte do leste do país, tomou alguns dos principais poços de petróleo e continua fechando o cerco a Gaddafi.
Atendendo à convocação, milhares de manifestantes se reuniram na praça Verde, do lado de fora de uma mesquita no centro de Trípoli, para pedir a queda de Gaddafi. Eles foram confrontados por tropas e milícias ainda leais ao ditador que dispararam para o ar para dispersar a multidão. Os tiros causaram correria. 
Em outros bairros da capital, a situação é mais violenta e há relatos de forças de segurança disparando contra os manifestantes.
"As forças de ordem dispararam contra os manifestantes sem fazer distinção. Há mortos nas ruas de Sug Al Joma", indicou um morador desse bairro, citado pela agência de notícias France Presse. Outras testemunhas de bairros do leste da capital, como Ben Ashur e Fashlum, também relataram disparos contra pessoas nas ruas.
"A situação é caótica em partes de Trípoli agora", disse uma testemunha citada pela Associated Press, acrescentando que milícias pró-Gaddafi armadas corriam pelas ruas em veículos.
A emissora de televisão Al Jazeera diz que ao menos duas pessoas morreram nesta sexta-feira em diferentes confrontos registrados em vários bairros da capital líbia. A emissora do Qatar diz ainda que a maior base aérea de Trípoli uniu-se à revolta popular.
Já a agência de notícias Reuters diz que ao menos cinco morreram quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes no distrito de Janzour, no oeste de Trípoli.

Por Folha