Liga Árabe critica ataques internacionais contra a Líbia
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, criticou neste domingo os ataques das forças ocidentais contra a Líbia e afirmou que a "proteção dos civis não necessita de uma operação militar".
"O que aconteceu na Líbia é diferente do objetivo de impor uma zona de exclusão aérea, o que queremos é proteger os civis, e não bombardear mais civis", disse Moussa em entrevista coletiva em conjunto com o presidente do Parlamento europeu, Jerzy Buzek, na sede da Liga Árabe no Cairo.
Segundo Moussa, a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU tratava da proibição de qualquer invasão ou ocupação terrestre. "Dissemos que não é preciso nenhuma operação militar", acrescentou o secretário-geral da Liga Árabe, que explicou que pediu relatórios completos do que está acontecendo na Líbia.
A Líbia foi alvo neste sábado de ataques das forças da França, Estados Unidos e Reino Unido, que tiveram como alvo as forças do ditador Muammar Gaddafi em Benghazi, reduto rebelde no leste, e mais de 20 alvos do sistema integrado de defesa aérea no oeste.
Os ataques foram a primeira fase da operação Aurora da Odisseia, criada para proteger os civis líbios e impor uma zona de restrição aérea na Líbia, aprovada na quinta-feira (17) pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
O governo líbio, contudo, denunciou o ataque das forças internacionais contra os civis. A TV estatal líbia disse no sábado que ao menos 48 civis morreram nos bombardeios. Já um funcionário do governo líbio da área de saúde disse neste domingo que o número de mortos subiu para 64.
"As pessoas morreram em decorrência de seus ferimentos, então o total de mortos subiu", disse o funcionário, que não quis ser identificado. O número não pôde ser verificado com fontes independentes.
Moussa ressaltou que a Liga Árabe apoiava a imposição de uma zona de exclusão aérea "para proteger os civis líbios e evitar qualquer medida adicional". O apoio dos países árabes da região é considerado crucial para a missão, operacionalizada pelas forças do Ocidente.
Além disso, ele destacou que algumas consultas vêm sendo feitas para a realização de uma reunião urgente da Liga Árabe sobre a situação em toda a região, e especialmente, na Líbia.
Por Folha