Mortos no Japão chegam a 7.700; radiação é detectada em alimentos e água
O número de mortos pelo terremoto de magnitude 9 --seguido de tsunami-- que atingiu a costa nordeste do Japão no último dia 11 aumentou neste domingo (noite de sábado no Brasil) para 7.700, e a Agência Nacional de Polícia informou que há 11.651 desaparecidos. Além disso, autoridades japonesas informaram que foram detectados níveis de radiação em espinafre e leite de fazendas próximas ao complexo nuclear de Fukushima Daiichi, e minúsculas quantidades de iodo radioativo em água encanada de Tóquio e outros locais.
Nove dias depois do terremoto, que causou o pior desastre natural no país após a Segunda Guerra Mundial, as esperanças de encontrar sobreviventes são muito poucas.
Os esforços de assistência se centram em procurar um teto para os sobreviventes que perderam suas casas, entre eles cerca de 360 mil que tiveram de ser retirados, que em sua maioria permanecem em 2.200 refúgios.
Entre eles estão os 200 mil retirados dos arredores da usina nuclear de Fukushima, onde técnicos e militares lutam para diminuir a temperatura de seus reatores para evitar um maior vazamento radioativo.
Treze países enviaram para os desabrigados 110 mil cobertores, enquanto foram contabilizados pelo menos 30 mil pacotes de arroz, 230 mil garrafas de água e 500 geradores de eletricidade, segundo a agência local Kyodo.
Na província de Iwate, uma das mais afetadas junto a Miyagi e Fukushima, já começaram a ser instaladas as primeiras casas pré-fabricadas, de um total de 8.800, projetadas pelas autoridades para alocar as pessoas sem casa.
Enquato os esforços de ajuda humanitária aos atingidos pelo desastre continuam, autoridades informaram no sábado que os alimentos contaminados não representam "riscos à saúde imediatos", como disse o secretário de Gabinete do Japão, Yukio Edano.
O leite contaminado foi descoberto a 30 quilômetros da usina, afirmou uma autoridade local. O espinafre foi coletado de seis fazendas localizadas entre 100 quilômetros e 120 quilômetros ao sul dos reatores danificados.
A região é rica de fazendas de melões, arroz e pêssegos, então a contaminação pode afetar o suprimento de alimentos para grandes áreas do país.
Mais testes estão sendo feitos em outros alimentos, Edano, e se eles detectarem mais contaminação, o envio deles a partir da região será suspenso.
Autoridades disseram que é muito cedo para saber se a crise nuclear causou a contaminação, mas Edano disse que amostras do ar retiradas da área mostraram níveis de radiação mais elevados que o normal.
Níveis de iodo no espinafre excederam limites de segurança em três a sete vezes, afirmou uma autoridade. Testes no leite feitos na quarta-feira detectaram pequenas quantidades de iodo-131 e césio-137, este último um elemento que pode causar muitos tipos de câncer. Mas apenas iodo foi detectado na quinta-feira e na sexta-feira, segundo um funcionário do Ministério da Saúde.
Após os anúncios, autoridades imediatamente tentaram acalmar um já em pânico público, dizendo que as quantidades detectadas foram tão pequenas que as pessoas precisariam ingerir quantidades inimagináveis dos alimentos para pôr sua saúde em risco.
O Ministério da Saúde afirmou ainda que níveis de iodo acima do limite seguro foram descobertos na quinta-feira na água potável da província de Fukushima. Na sexta-feira, os níveis eram a metade do dia anterior; neste sábado, haviam caído ainda mais.
Traços de iodo foram encontrados na água de Tóquio na sexta, o primeiro dia desde que o governo ordenou amostragem diária em todo o país devido a crise nuclear, segundo informou o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia.
Um comunicado dizia que as quantidades encontradas não excedem os limites de segurança do governo. Mas testes de água, que por décadas foram realizados apenas uma vez por ano, geralmente não apresentavam traços de iodo.
USINA
No complexo de Fukushima, equipes de emergência continuam lutando para resfriar os reatores e as piscinas usadas para armazenar combustível nuclear, assim como para religar a usina novamente à corrente elétrica.
Uma linha de energia chegou ao complexo na sexta-feira, mas trabalhadores precisam trabalhar metodicamente por meio de sistemas elétricos complexos, que foram severamente danificados pelo terremoto, para fazer as ligações finais sem criar faíscas que poderiam gerar explosões. Funcionários da Tokyo Electric Power Company (Tepco), proprietária do complexo, disseram esperar serem capazes de religar os sistemas de resfriamento neste domingo.
Uma vez que a energia for religada, não está claro que os sistemas continuarão a funcionar.
Um caminhão com uma mangueira de alta pressão jogou água direto do oceano em uma das mais problemáticas áreas do complexo --a piscina de resfriamento para varetas de combustível usado na unidade 3 da usina. Devido aos altos níveis de radiação, bombeiros apenas chegam ao caminhão a cada três horas para reabastecê-lo.
Também foram feitos buracos no teto das unidades 5 e 6 para desafogar o acúmulo de hidrogênio, e a temperatura do tanque de combustível da unidade 5 caiu após mais água ter sido jogado nele.
Mais funcionários fazem parte agora do esforço --elevando o total para 500.
Edano afirmou que as condições nos reatores 1,2 e 3 --todos atingidos por explosões nos últimos oito dias-- foi "estabilizada".
Os reatores e as piscinas de armazenamento precisam de fontes constantes de água fria. Mesmo quando retirados de reatores, varetas de urânio continuam muito quentes e precisam ser resfriadas por meses, possivelmente mais, para prevenir que elas se aqueçam novamente e emitam radiação.
Pessoas retiradas das áreas próximas à usina, junto com alguns trabalhadores de emergência, testaram positivo para exposição à radiação. Três bombeiros precisaram ser descontaminados.
Nove dias depois do terremoto, que causou o pior desastre natural no país após a Segunda Guerra Mundial, as esperanças de encontrar sobreviventes são muito poucas.
Os esforços de assistência se centram em procurar um teto para os sobreviventes que perderam suas casas, entre eles cerca de 360 mil que tiveram de ser retirados, que em sua maioria permanecem em 2.200 refúgios.
Entre eles estão os 200 mil retirados dos arredores da usina nuclear de Fukushima, onde técnicos e militares lutam para diminuir a temperatura de seus reatores para evitar um maior vazamento radioativo.
Treze países enviaram para os desabrigados 110 mil cobertores, enquanto foram contabilizados pelo menos 30 mil pacotes de arroz, 230 mil garrafas de água e 500 geradores de eletricidade, segundo a agência local Kyodo.
Na província de Iwate, uma das mais afetadas junto a Miyagi e Fukushima, já começaram a ser instaladas as primeiras casas pré-fabricadas, de um total de 8.800, projetadas pelas autoridades para alocar as pessoas sem casa.
Enquato os esforços de ajuda humanitária aos atingidos pelo desastre continuam, autoridades informaram no sábado que os alimentos contaminados não representam "riscos à saúde imediatos", como disse o secretário de Gabinete do Japão, Yukio Edano.
O leite contaminado foi descoberto a 30 quilômetros da usina, afirmou uma autoridade local. O espinafre foi coletado de seis fazendas localizadas entre 100 quilômetros e 120 quilômetros ao sul dos reatores danificados.
A região é rica de fazendas de melões, arroz e pêssegos, então a contaminação pode afetar o suprimento de alimentos para grandes áreas do país.
Mais testes estão sendo feitos em outros alimentos, Edano, e se eles detectarem mais contaminação, o envio deles a partir da região será suspenso.
Autoridades disseram que é muito cedo para saber se a crise nuclear causou a contaminação, mas Edano disse que amostras do ar retiradas da área mostraram níveis de radiação mais elevados que o normal.
Níveis de iodo no espinafre excederam limites de segurança em três a sete vezes, afirmou uma autoridade. Testes no leite feitos na quarta-feira detectaram pequenas quantidades de iodo-131 e césio-137, este último um elemento que pode causar muitos tipos de câncer. Mas apenas iodo foi detectado na quinta-feira e na sexta-feira, segundo um funcionário do Ministério da Saúde.
Após os anúncios, autoridades imediatamente tentaram acalmar um já em pânico público, dizendo que as quantidades detectadas foram tão pequenas que as pessoas precisariam ingerir quantidades inimagináveis dos alimentos para pôr sua saúde em risco.
O Ministério da Saúde afirmou ainda que níveis de iodo acima do limite seguro foram descobertos na quinta-feira na água potável da província de Fukushima. Na sexta-feira, os níveis eram a metade do dia anterior; neste sábado, haviam caído ainda mais.
Traços de iodo foram encontrados na água de Tóquio na sexta, o primeiro dia desde que o governo ordenou amostragem diária em todo o país devido a crise nuclear, segundo informou o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia.
Um comunicado dizia que as quantidades encontradas não excedem os limites de segurança do governo. Mas testes de água, que por décadas foram realizados apenas uma vez por ano, geralmente não apresentavam traços de iodo.
USINA
No complexo de Fukushima, equipes de emergência continuam lutando para resfriar os reatores e as piscinas usadas para armazenar combustível nuclear, assim como para religar a usina novamente à corrente elétrica.
Uma linha de energia chegou ao complexo na sexta-feira, mas trabalhadores precisam trabalhar metodicamente por meio de sistemas elétricos complexos, que foram severamente danificados pelo terremoto, para fazer as ligações finais sem criar faíscas que poderiam gerar explosões. Funcionários da Tokyo Electric Power Company (Tepco), proprietária do complexo, disseram esperar serem capazes de religar os sistemas de resfriamento neste domingo.
Uma vez que a energia for religada, não está claro que os sistemas continuarão a funcionar.
Um caminhão com uma mangueira de alta pressão jogou água direto do oceano em uma das mais problemáticas áreas do complexo --a piscina de resfriamento para varetas de combustível usado na unidade 3 da usina. Devido aos altos níveis de radiação, bombeiros apenas chegam ao caminhão a cada três horas para reabastecê-lo.
Também foram feitos buracos no teto das unidades 5 e 6 para desafogar o acúmulo de hidrogênio, e a temperatura do tanque de combustível da unidade 5 caiu após mais água ter sido jogado nele.
Mais funcionários fazem parte agora do esforço --elevando o total para 500.
Edano afirmou que as condições nos reatores 1,2 e 3 --todos atingidos por explosões nos últimos oito dias-- foi "estabilizada".
Os reatores e as piscinas de armazenamento precisam de fontes constantes de água fria. Mesmo quando retirados de reatores, varetas de urânio continuam muito quentes e precisam ser resfriadas por meses, possivelmente mais, para prevenir que elas se aqueçam novamente e emitam radiação.
Pessoas retiradas das áreas próximas à usina, junto com alguns trabalhadores de emergência, testaram positivo para exposição à radiação. Três bombeiros precisaram ser descontaminados.
Por Folha