|

Após massacre em Realengo, alunos vão 'reinventar' escola

Depois de levar flores à escola municipal Tasso da Silveira, onde 12 crianças foram mortas pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira na manhã de quinta-feira, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, anunciou neste domingo que o colégio será reaberto aos alunos na segunda-feira, 18 de abril. Segundo Cláudia, a primeira atividade será uma "cerimônia de reinvenção da escola", que reunirá alunos, parentes, professores e funcionários. As crianças vão montar um mosaico nos muros, escolher as novas cores da pintura e o melhor lugar para instalar um aquário.
"Queremos que todos sintam que a escola onde houve tanto sofrimento pode voltar a ser enxergada como um espaço maravilhoso", disse a secretária. De terça e sexta-feira desta semana professores e funcionários receberão, na própria escola, assistência psicológica a fim de se prepararem para o recomeço das atividades escolares na semana seguinte.
Pelo segundo dia consecutivo, profissionais da Secretaria Municipal de Assistência Social prestaram atendimento aos alunos da Tasso da Silveira e suas famílias. Os assistentes sociais constataram um alto número de crianças que dizem não querer voltar ao colégio. A secretária Cláudia Costin disse que todos os esforços serão feitos para manter as crianças na escola.
Nos casos excepcionais, a secretaria vai providenciar a transferência para outra instituição da rede municipal, segundo a secretária. "Não vamos incentivar que as crianças saiam da escola. É importante a criança retornar e ver que aquele é o lugar onde ela foi feliz".

Depredação - Na madrugada deste domingo, a casa onde Wellington Menezes de Oliveira viveu com a família até meados do ano passado, que já tinha sido pichada, foi atacada por vândalos que destruíram o portão a pedradas. Eles tentaram arrombar a entrada da garagem. Um carro da Polícia Militar (PM) passou a fazer a vigilância da rua dia e noite. Uma irmã de Wellington, Rosilane, não é vista na vizinhança deste o dia do massacre. A casa fica perto da escola Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, zona oeste do Rio.

Feridos - Seguem internados em estado grave dois meninos feridos no massacre na última quinta-feira. De acordo com boletim médico divulgado neste domingo pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec), dez crianças (oito meninos e duas meninas) continuam internadas em seis hospitais.
Segundo a secretaria, um garoto de 13 anos que foi baleado no olho direito recupera-se depois de passar por uma cirurgia no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. O quadro dele é estável. Já um adolescente de 14 anos, embora também em estado grave, apresentou melhora clínica. Ele está internado no Hospital Albert Schweitzer. Ambos respiram com a ajuda de aparelhos.
No ataque ao colégio, 12 crianças foram mortas por Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos. Ex-aluno da instituição de ensino, ele invadiu duas salas de aula e disparou dezenas de tiros. Avisados por estudantes que conseguiram fugir, policiais foram até a escola e alvejaram o assassino, que se matou.

Por Veja