Gbagbo ganhou terreno na Costa do Marfim, diz ONU; França ataca
A ONU (Organização das Nações Unidas), disse nesta sexta-feira que a negociação fracassada na última terça-feira, quando Laurent Gbagbo anunciou uma possível renúncia, foi uma manobra e que as forças leais ao líder da Costa do Marfim se fortaleceram e que ainda estão de posse de tanques de guerra e armamentos pesados.
"Na terça-feira entraram em contato conosco para negociar uma saída pacífica ao conflito. Foi um engano para que suas forças reforçassem suas posições", disse o subsecretário-geral da ONU para as operações de paz, Alain Le Roy durante uma entrevista coletiva nas Nações Unidas.
Ele assegurou também que as forças leais a Gbagbo ainda estão em posse de "muitas armas pesadas e as estão utilizando atualmente contra a população", e que Gbagbo conseguiu retomar o controle total dos bairros nobres de Plateau e Cocody, em Abidjã.
O subsecretário-geral disse ainda que desde segunda-feira, quanto helicópteros da ONU bombardearam a casa de Gbagbo --ação criticada por diversos países, entre eles o Brasil-- a organização não realizou ofensivas contra a residência oficial.
A posição das Nações Unidas chega pouco após a França ter, de acordo com testemunhas, ordenado um ataque aéreo com helicópteros contra a residência de Gbagbo --o líder que se recusa a entregar o poder ao presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
Gbagbo continua isolado num bunker no subsolo de sua casa, cercada por um bloqueio militar ordenado por seu rival.
FRANÇA ATACA
Após a casa do embaixador da França na Costa do Marfim ter sido alvo de ataques das forças leais a Laurent Gbagbo, helicópteros franceses teriam aberto fogo contra a residência oficial do líder, informa a agência de notícias Reuters.
As testemunhas disseram ter visto helicópteros franceses e ouviram explosões em Cocody, um bairro de classe alta em Abidjã onde ficam a residência de Gbagbo e a casa do embaixador francês.
O ataque à casa do diplomata francês foi divulgado por um comunicado da embaixada.
"Em 8 de abril às 16h locais, a residência da França localizada no distrito de Cocody foi alvo de dois ataques de morteiro e de um foguete provenientes de duas posições" nas mãos de elementos das forças armadas leais a Gbagbo, indicou o texto.
"É a segunda vez em menos de 48 horas que esta representação diplomática é alvo de um ataque deliberado", completou.
O comando das tropas leais ao líder negou a operação.
SEGUNDO ATAQUE
Ainda na quarta-feira (6) à noite, a residência do embaixador da França foi atacada pelas tropas pró-Gbagbo enquanto forças francesas resgatavam o embaixador do Japão, cuja residência é próxima à francesa.
O uso da força contra Gbagbo estaria amparado na resolução 1975 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, argumenta a França.
Para o país, as tropas da Missão de Paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci, na sigla em inglês) e da Licorne, missão de paz francesa, "têm direito de fazer uso de seu mandato para prevenir a utilização de armas pesadas por todas as partes em conflito", disse em comunicado a embaixada francesa.
SITUAÇÃO ALARMANTE
Mais cedo, a ONU (Organização das Nações Unidas), disse que a situação humanitária na capital financeira da Costa do Marfim, Abidjã, é "alarmante", com um grande número de corpos pelas ruas, bairros inteiros sem água e eletricidade e com escassez de alimentos.
No oeste do país, a situação não é melhor, e Rupert Colville, o porta-voz da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, confirmou hoje que foram encontrados os corpos de 244 marfinenses da etnia guere na cidade de Duekoué.
Os mortos apoiavam o ex-presidente Laurent Gbabgo e teriam sido assassinados durante os dias 28 e 29 de março, quando as forças do presidente eleito, Alassane Ouattara, tomaram o controle dessa cidade, disse o porta-voz.
Os cem corpos foram descobertos nas últimas 24 horas, o que eleva o número total para 244 vítimas, acrescentou Colville, dizendo que algumas destas pessoas teriam sido queimadas vivas.
"Abidjã, com 5 milhões de habitantes, está ameaçada pela falta de produtos para o tratamento de água, o que poderia levar a que no próximo domingo falte água potável", disse, por sua vez, Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha).
Ela acrescentou que "muitos hospitais e clínicas simplesmente pararam suas atividades, e os que não fecharam, não têm médicos suficientes, remédios nem outros materiais básicos". Byrs disse que a assistência humanitária em Abidjan é mínima devido à falta de acesso e ao perigo.
Por sua vez, o porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, assinalou que não se tem notícias de cerca de 3.000 imigrantes malinenses, entre eles muitas mulheres e crianças, que estavam há duas semanas refugiados no porão da embaixada de Mali, sem água nem eletricidade.
Algumas informações do começo desta semana tinham indicado que muitos destes imigrantes tinham sido feridos por balas ou por golpes de facão em ataques realizados por homens armados partidários de Gbabgo.
A OIM diz também estar preocupada com o destino de cerca de 450 mauritanos que se refugiaram em sua embaixada em Abidjã.
"Na terça-feira entraram em contato conosco para negociar uma saída pacífica ao conflito. Foi um engano para que suas forças reforçassem suas posições", disse o subsecretário-geral da ONU para as operações de paz, Alain Le Roy durante uma entrevista coletiva nas Nações Unidas.
Ele assegurou também que as forças leais a Gbagbo ainda estão em posse de "muitas armas pesadas e as estão utilizando atualmente contra a população", e que Gbagbo conseguiu retomar o controle total dos bairros nobres de Plateau e Cocody, em Abidjã.
O subsecretário-geral disse ainda que desde segunda-feira, quanto helicópteros da ONU bombardearam a casa de Gbagbo --ação criticada por diversos países, entre eles o Brasil-- a organização não realizou ofensivas contra a residência oficial.
A posição das Nações Unidas chega pouco após a França ter, de acordo com testemunhas, ordenado um ataque aéreo com helicópteros contra a residência de Gbagbo --o líder que se recusa a entregar o poder ao presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
Gbagbo continua isolado num bunker no subsolo de sua casa, cercada por um bloqueio militar ordenado por seu rival.
FRANÇA ATACA
Após a casa do embaixador da França na Costa do Marfim ter sido alvo de ataques das forças leais a Laurent Gbagbo, helicópteros franceses teriam aberto fogo contra a residência oficial do líder, informa a agência de notícias Reuters.
As testemunhas disseram ter visto helicópteros franceses e ouviram explosões em Cocody, um bairro de classe alta em Abidjã onde ficam a residência de Gbagbo e a casa do embaixador francês.
O ataque à casa do diplomata francês foi divulgado por um comunicado da embaixada.
"Em 8 de abril às 16h locais, a residência da França localizada no distrito de Cocody foi alvo de dois ataques de morteiro e de um foguete provenientes de duas posições" nas mãos de elementos das forças armadas leais a Gbagbo, indicou o texto.
"É a segunda vez em menos de 48 horas que esta representação diplomática é alvo de um ataque deliberado", completou.
O comando das tropas leais ao líder negou a operação.
SEGUNDO ATAQUE
Ainda na quarta-feira (6) à noite, a residência do embaixador da França foi atacada pelas tropas pró-Gbagbo enquanto forças francesas resgatavam o embaixador do Japão, cuja residência é próxima à francesa.
O uso da força contra Gbagbo estaria amparado na resolução 1975 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, argumenta a França.
Para o país, as tropas da Missão de Paz das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci, na sigla em inglês) e da Licorne, missão de paz francesa, "têm direito de fazer uso de seu mandato para prevenir a utilização de armas pesadas por todas as partes em conflito", disse em comunicado a embaixada francesa.
SITUAÇÃO ALARMANTE
Mais cedo, a ONU (Organização das Nações Unidas), disse que a situação humanitária na capital financeira da Costa do Marfim, Abidjã, é "alarmante", com um grande número de corpos pelas ruas, bairros inteiros sem água e eletricidade e com escassez de alimentos.
No oeste do país, a situação não é melhor, e Rupert Colville, o porta-voz da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, confirmou hoje que foram encontrados os corpos de 244 marfinenses da etnia guere na cidade de Duekoué.
Os mortos apoiavam o ex-presidente Laurent Gbabgo e teriam sido assassinados durante os dias 28 e 29 de março, quando as forças do presidente eleito, Alassane Ouattara, tomaram o controle dessa cidade, disse o porta-voz.
Os cem corpos foram descobertos nas últimas 24 horas, o que eleva o número total para 244 vítimas, acrescentou Colville, dizendo que algumas destas pessoas teriam sido queimadas vivas.
"Abidjã, com 5 milhões de habitantes, está ameaçada pela falta de produtos para o tratamento de água, o que poderia levar a que no próximo domingo falte água potável", disse, por sua vez, Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha).
Ela acrescentou que "muitos hospitais e clínicas simplesmente pararam suas atividades, e os que não fecharam, não têm médicos suficientes, remédios nem outros materiais básicos". Byrs disse que a assistência humanitária em Abidjan é mínima devido à falta de acesso e ao perigo.
Por sua vez, o porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, assinalou que não se tem notícias de cerca de 3.000 imigrantes malinenses, entre eles muitas mulheres e crianças, que estavam há duas semanas refugiados no porão da embaixada de Mali, sem água nem eletricidade.
Algumas informações do começo desta semana tinham indicado que muitos destes imigrantes tinham sido feridos por balas ou por golpes de facão em ataques realizados por homens armados partidários de Gbabgo.
A OIM diz também estar preocupada com o destino de cerca de 450 mauritanos que se refugiaram em sua embaixada em Abidjã.
Por Folha