Governo tenta se mostrar unido na luta contra inflação
SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff e os principais integrantes da equipe econômica do governo vieram à público nesta terça-feira, 26, reforçar a preocupação com o aumento da inflação e com outras questões consideradas desafios para a atual gestão, como o ajuste fiscal e a volatilidade do câmbio.
Em sua primeira participação em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Dilma disse que não podia esconder que a inflação está subindo, entre outros fatores, pelo aumento na área de bens, alimentos e etanol. A presidente, afirmou, no entanto, que está atenta a todas as pressões inflacionárias e fazendo análises.
Dilma disse ainda que o controle da inflação só será garantido com o aumento da produtividade e afirmou que manterá todos os programas de investimento em infraestrutura no País, entre eles o PAC e o Minha Casa, Minha vida. "O que garantirá o controle da inflação é o aumento da capacidade produtiva. É isso que vai permitir ao Brasil ter uma inflação estável no futuro", afirmou, garantindo que o governo está empenhado e tomando medidas para evitar que o processo inflacionário corroa a renda da população.
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, engrossou o coro e reforçou que o combate à inflação é prioridade de todos. "É importante que estejamos atentos a isso e fortaleçamos o esforço da equipe econômica", disse.
'Surto inflacionário mundial'
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também afirmou que um ajuste importante que o governo busca fazer na economia se refere ao combate à inflação que, segundo ele, decorre de um "surto inflacionário mundial".
Segundo Mantega, diante desse contexto mundial complexo, não adianta, para o governo, tomar medidas para atacar questões que ocorrem no mercado internacional. "As medidas que estamos tomando são para que os custos de commodities não contaminem outros setores da economia. Não devemos poupar armas, devemos usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais", acrescentou.
Galinha dos ovos de ouro
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reforçou o discurso de Mantega e disse que o avanço da inflação no Brasil é proporcionalmente menor que em outros países como Rússia, China e Canadá. "A inflação é um fenômeno mundial e não tivemos no Brasil o mesmo impacto que outros tiveram", disse. Ela também citou o aumento nos preços das commodities, como petróleo, e dos alimentos. "A inflação depende de medidas internacionais também, mas no Brasil estamos atentos para impedir o contágio do fator internacional na nossa economia", afirmou.
Miriam disse ainda que o governo está promovendo um ajuste no ritmo de crescimento do crédito no País para evitar pressão inflacionária. "Mas não podemos matar a galinha dos ovos de ouro. O crédito é importante para alavancar investimentos e sustentar o crescimento", disse.
A expressão também foi usada por Mantega. "Não é para derrubar a demanda, é para moderar, sem matar a galinha dos ovos de ouro que é o mercado interno brasileiro", disse o ministro ao comentar sobre a importância de reduzir o aumento do crédito.
Segundo Miriam, a intenção do governo é reduzir de 7,5% em 2010 para 4,5% o crescimento da economia este ano, além de fazer com que o crescimento da demanda interna caia de 10,3% em 2010 para 5,9% este ano. O crescimento médio do PIB no governo Dilma, de acordo com Miriam, será de 5% ao ano.
A ministra também enumerou três desafios para o País: consolidação fiscal, combate à inflação e câmbio valorizado. "Estamos fazendo ajustes para termos crescimento sustentável em patamares próximos de 5%", afirmou a ministra.
'Esforço prolongado'
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também decidiu se manifestar nesta terça-feira, afirmando que colocar a inflação na meta em 2012 vai requerer um esforço redobrado do governo.
Tombini disse que a autoridade monetária possui dois grandes desafios: fazer a inflação convergir para a meta, apesar da alta dos preços das commodities agrícolas e do petróleo, e evitar um fluxo estrangeiro exagerado, que acaba se transformando também em impacto inflacionário.
O presidente do BC citou dados de inflação corrente em vários países do mundo e também concluiu que a "inflação é hoje, certamente, um problema global".
Em sua primeira participação em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Dilma disse que não podia esconder que a inflação está subindo, entre outros fatores, pelo aumento na área de bens, alimentos e etanol. A presidente, afirmou, no entanto, que está atenta a todas as pressões inflacionárias e fazendo análises.
Dilma disse ainda que o controle da inflação só será garantido com o aumento da produtividade e afirmou que manterá todos os programas de investimento em infraestrutura no País, entre eles o PAC e o Minha Casa, Minha vida. "O que garantirá o controle da inflação é o aumento da capacidade produtiva. É isso que vai permitir ao Brasil ter uma inflação estável no futuro", afirmou, garantindo que o governo está empenhado e tomando medidas para evitar que o processo inflacionário corroa a renda da população.
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, engrossou o coro e reforçou que o combate à inflação é prioridade de todos. "É importante que estejamos atentos a isso e fortaleçamos o esforço da equipe econômica", disse.
'Surto inflacionário mundial'
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também afirmou que um ajuste importante que o governo busca fazer na economia se refere ao combate à inflação que, segundo ele, decorre de um "surto inflacionário mundial".
Segundo Mantega, diante desse contexto mundial complexo, não adianta, para o governo, tomar medidas para atacar questões que ocorrem no mercado internacional. "As medidas que estamos tomando são para que os custos de commodities não contaminem outros setores da economia. Não devemos poupar armas, devemos usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais", acrescentou.
Galinha dos ovos de ouro
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reforçou o discurso de Mantega e disse que o avanço da inflação no Brasil é proporcionalmente menor que em outros países como Rússia, China e Canadá. "A inflação é um fenômeno mundial e não tivemos no Brasil o mesmo impacto que outros tiveram", disse. Ela também citou o aumento nos preços das commodities, como petróleo, e dos alimentos. "A inflação depende de medidas internacionais também, mas no Brasil estamos atentos para impedir o contágio do fator internacional na nossa economia", afirmou.
Miriam disse ainda que o governo está promovendo um ajuste no ritmo de crescimento do crédito no País para evitar pressão inflacionária. "Mas não podemos matar a galinha dos ovos de ouro. O crédito é importante para alavancar investimentos e sustentar o crescimento", disse.
A expressão também foi usada por Mantega. "Não é para derrubar a demanda, é para moderar, sem matar a galinha dos ovos de ouro que é o mercado interno brasileiro", disse o ministro ao comentar sobre a importância de reduzir o aumento do crédito.
Segundo Miriam, a intenção do governo é reduzir de 7,5% em 2010 para 4,5% o crescimento da economia este ano, além de fazer com que o crescimento da demanda interna caia de 10,3% em 2010 para 5,9% este ano. O crescimento médio do PIB no governo Dilma, de acordo com Miriam, será de 5% ao ano.
A ministra também enumerou três desafios para o País: consolidação fiscal, combate à inflação e câmbio valorizado. "Estamos fazendo ajustes para termos crescimento sustentável em patamares próximos de 5%", afirmou a ministra.
'Esforço prolongado'
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também decidiu se manifestar nesta terça-feira, afirmando que colocar a inflação na meta em 2012 vai requerer um esforço redobrado do governo.
Tombini disse que a autoridade monetária possui dois grandes desafios: fazer a inflação convergir para a meta, apesar da alta dos preços das commodities agrícolas e do petróleo, e evitar um fluxo estrangeiro exagerado, que acaba se transformando também em impacto inflacionário.
O presidente do BC citou dados de inflação corrente em vários países do mundo e também concluiu que a "inflação é hoje, certamente, um problema global".
Por Estadão