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Hackers postam notícias homofóbicas no site da ABGLT


SÃO PAULO - O site da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) foi invadido por hackers na madrugada deste sábado, 2. Eles adicionaram dois posts homofóbicos à página de notícias, intitulados "Bolsonaro para presidente do Brasil" e "Os Fatos Sobre a Homossexualidade".
No primeiro deles, há a frase "A favor da família, contra a pederastia". No segundo post, "Os Fatos Sobre a Sexualidade", há citações bíblicas para embasar os argumentos de que a homossexualidade não seria uma conduta correta. Também são feitas referências ao "MOSES - Movimento Pela Sexualidade Sadia", que seria "uma importante organização dedicada a ajudar homens e mulheres homossexuais durante a transição para um estilo de vida celibatário e a transição para a heterossexualidade".
O presidente da ABGLT, Toni Reis, afirmou que os posts não serão apagados até que a polícia faça um diagnóstico do caso. Segundo ele, a Associação já tomou as providências para que os responsáveis sejam identificados. Um ofício foi encaminhado ao Ministério da Justiça e uma queixa por crime cibernético foi registrada.
"Nós ficamos chocados e triste. É como se nossa casa fosse invadida por vândalos e homofóbicos", declarou Toni. Ele classificou como "verborreia" as recentes declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) que, em recente entrevista, disse que não corria o risco de ter um filho gay por ter dado "boa educação" e ter sido um "pai presente". O ativista comentou que os posts são a prova de que o deputado não está sozinho.

Preta Gil. O site oficial da cantora Preta Gil foi tirado do ar na quinta-feira por um grupo de hackers autodenominado "Command Tribulation". Internautas conseguiram capturar a mensagem que foi deixada na página principal antes que o site fosse totalmente derrubado: "Site hackeado. Abaixo a lei da homofobia. Abaixo a PL 122". A PL 122, ou Projeto de Lei 122, está tramitando no Congresso Nacional e tem como objetivo criminalizar a homofobia.

Por Estadão