Perillo ataca relator da CPI e pede isenção: 'Não pode ser cabo de chicote'
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse nesta
quinta-feira (28) que o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair
Cunha (PT-MG), "tem que agir como relator isento, não pode ser cabo de
chicote de ninguém". A declaração foi uma resposta à afirmação feita
nesta semana por Cunha de que Perillo teria mentido em seu depoimento na
CPI, quando contou o episódio sobre a venda de um imóvel em Goiânia.
Depois do depoimento de Santiago, Fiuza deixou o cargo que ocupava no governo goiano.
"Está evidente que a história foi montada. A história da
casa é para esconder a relação do governador com o senhor Carlos
Cachoeira", disse Cunha na última terça-feira (26). Perillo rebateu
nesta quinta, lembrou que já foi à CPI, onde passou 9 horas respondendo a
todas as perguntas, e disse estar tranquilo.
"Fiz um negócio particular, vendi uma casa minha, de forma
lícita, recebi e coloquei no Imposto de Renda", afirmou o governador
goiano a jornalistas, após participar de cerimônia de lançamento de
estudos para um futuro trem ligando Brasília, Anápolis (GO) e Goiânia.
O governador tucano disse à época de seu depoimento à CPI
que vendeu o imóvel para o ex-vereador do PSDB em Goiânia Wladimir
Garcez e que recebeu R$ 1,4 milhão em três cheques pagos entre março e
maio de 2011. Os cheques para o pagamento saíram da empresa Excitant,
que pertence à cunhada de Cachoeira, preso desde fevereiro, acusado de
comandar uma rede de jogos ilegais.
À época do negócio, Perillo disse que não olhou quem eram
os emissores dos cheques. Ele contou à CPI que Garcez desistiu do
negócio e o informou que estava revendendo o imóvel para o empresário
Walter Paulo Santiago.
Santiago disse à CPI que comprou a casa diretamente do governador, em
junho, e pagou R$ 1,4 milhão em dinheiro vivo. Contou ainda que a
entrega do dinheiro foi presenciada por Garcez e por Lúcio Fiuza, então
assessor do governador.Depois do depoimento de Santiago, Fiuza deixou o cargo que ocupava no governo goiano.
Por Reuters