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Onze vítimas de massacre em escola são enterradas no Rio

Foram enterrados nesta sexta-feira os corpos de 11 das 12 vítimas do massacre de ontem na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio. O corpo da garota Ana Carolina Pacheco da Silva será cremado na manhã deste sábado, no Crematório do Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju.
Os enterros reuniram centenas de pessoas em dois cemitérios e deixaram familiares e amigos emocionados --algumas pessoas chegaram a passar mal, mas nenhuma com gravidade.
Igor Morais, 13, foi o décimo primeiro a ser enterrado hoje. A cerimônia aconteceu no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). O cemitério também recebeu as cerimônias de Rafael Pereira da Silva, 14, Larissa dos Santos Atanázio, 13; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14; e Luiza Paula da Silveira, 14.
Um grupo com mais de 30 mototaxistas levou ao cemitério faixas em homenagem às crianças.
No cemitério do Murundu, em Padre Miguel, ocorreram os enterros de Milena Santos Nascimento, 14, Mariana Rocha de Souza, 12; Laryssa Silva Martins, 13, e Bianca Rocha Tavares, 13.
Mais de 300 pessoas acompanham as homenagens às estudantes. Entre elas enfermeiros e psicólogos da Secretaria de Saúde, professores e policiais --um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosas.
Géssica Guedes Pereira, 15, foi enterrada no Cemitério Ricardo de Albuquerque, em Ricardo de Albuquerque, e Samira Pires, 13, no Cemitério de Santa Cruz, em Santa Cruz.

TIROS
 
A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira (7), após Wellington Menezes de Oliveira, 23, entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.
Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.
Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.
A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta, o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
A escola atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos --da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. São 999 alunos, sendo 400 no período da manhã.

Por Folha