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Vasco vence o Cabofriense com um gol no fim e fica perto da semifinal

O torcedor que voltou a São Januário neste sábado, após a vitória sobre o ABC-RN pela Copa do Brasil, ficou com a sensação de ter assistido a um filme repetido. Estádio cheio, adversário de menor expressão, partida dramática e mesmo placar: 2 a 1, desta vez contra o Cabofriense.
E, assim como na quarta-feira, o Vasco criou muitas oportunidades, mas só conseguiu chegar ao triunfo depois que um jogador adversário foi expulso. O Cabofriense, que teve o goleiro Flávio em noite inspirada, viu decretado o seu rebaixamento. É o lanterna do Grupo B na Taça Rio, com quatro pontos, e soma apenas oito em todo o Campeonato Carioca.
Já o Vasco, com 16 pontos, está muito perto de garantir a sua vaga na semifinal do turno. Ela pode ser confirmada já neste domingo, caso Flamengo (12 pontos) ou Americano (11 pontos) não vença Botafogo e Fluminense, respectivamente. Se os dois tropeçarem, os cruz-maltinos asseguram a primeira colocação com uma rodada de antecipação. Na última rodada da Taça Rio, no próximo domingo, o Vasco pega o Olaria, atual líder do Grupo B. Antes, na quarta-feira, enfrenta o Náutico pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, em Recife.
Os gols da vitória deste sábado foram marcados por Bernardo e Alecsandro, de pênalti, aos 41 minutos do segundo tempo. Zotti garantiu a igualdade no placar da primeira etapa, deixando a torcida sob tensão.

Bernardo coloca o Vasco na frente, mas Cabofriense empata

Antes do início da partida, houve uma para as crianças da escola em Realengo que foram vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira. O estádio - que recebeu 18 mil torcedores - ficou em silêncio absoluto, e os jogadores se abraçaram no meio de campo. Com a bola rolando, a torcida voltou a fazer muito barulho para empurrar o time. Desde o início, o Vasco deu amostras de que estava disposto a pressionar o adversário.
O ataque estava se entendendo bem. Alecsandro, que já havia chegado perto de marcar após o goleiro rebater uma bola em suas costas, ameaçou o Cabofriense aos 13 minutos, quando recebeu cruzamento de Anderson Martins e cabeceou. Flávio voou e fez excelente defesa. Ninguém conseguiu aproveitar o rebote. O arqueiro teve muito trabalho: pouco depois, salvou com o peito um chutaço de perna esquerda dado por Fellipe Bastos da entrada da área.
O gol cruz-maltino estava amadurecendo. Felipe deu lindo lançamento para Bernardo, que cruzou para Eder Luis, de cara para o gol. O camisa 7 não pegou bem na bola e mandou no travessão. O placar foi alterado, enfim, aos 20 minutos, em jogada tramada pelos mesmos três jogadores. Felipe, desta vez, tocou para Eder Luis, que achou Bernardo dentro da área. O xodó dos vascaínos dominou, livrou-se do marcador com muita calma e chutou no cantinho direito: 1 a 0. Na comemoração, fez os gestos com a mão imitando um pombo em pedido de paz e, na sequência, celebrou dançando funk junto com o amigo Fellipe Bastos.
O Vasco seguiu melhor, mas errou na defesa e foi surpreendido. Aos 34 minutos, Léo Itaperuna recebeu nas costas de Allan e bateu cruzado. Fernando Prass defendeu e deu o rebote para o meio da área. Zotti aproveitou e mandou para o fundo da rede: 1 a 1. Antes do fim da primeira etapa, a equipe da Colina esteve perto de ficar à frente novamente. Eder Luis rolou para Felipe, que, de perna direita, chutou forte no canto. Flávio defendeu.

Alecsandro, aos 41 minutos, dá a vitória ao Vasco

Na volta do vestiário, o Vasco levou um grande susto logo no início, quando Luciano Totó desviou de cabeça e obrigou Fernando Prass a voar para tirar a bola do ângulo. Mas a equipe cruz-maltina comandava as ações. E o panorama ficou melhor após a expulsão de Assunção, aos 11 minutos. Este foi o terceiro jogo seguido em que um adversário do Vasco levou o vermelho. Com a vantagem numérica, o técnico Ricardo Gomes revolveu tirar o volante Fellipe Bastos e colocou o atacante Leandro para deixar a equipe mais ofensiva.
A pressão continuou. Em uma de muitas oportunidades, Leandro recebeu cruzamento da direita, deu lindo drible no marcador e chutou de perna esquerda. A defesa desviou a bola para a linha de fundo. Pouco depois, Dedé mandou de cabeça e André Paulino salvou em cima da linha o gol certo.
Aos 33 minutos, o Vasco abusou do direito de perder gol feito. Felipe cruzou na medida para Dedé, que desviou de cabeça para o meio da área. Romulo, dentro da pequena área, chutou para a defesa de Flávio. Aos 34 minutos, Ricardo Gomes colocou Enrico na vaga de Bernardo e ouviu os gritos de "burro" da torcida.
Os torcedores testemunharam mais uma sequência impressionante de gols perdidos, boas defesas do goleiro Flávio e uma dose de sorte do Cabofriense. Felipe, da entrada da área, mandou uma bomba rente à trave esquerda. Na jogada seguinte, após uma linda defesa de Flávio, André Oliveira salvou de bicicleta um gol. Depois, Leandro acertou o travessão em chute de fora da área.
Quando a torcida já estava impaciente, veio o gol. Allan caiu em uma dividida na área, mas o pênalti só foi marcado mesmo na sequência do lance, em que Eder Luis foi empurrado. Alecsandro cobrou no canto direito de Flávio, enfim superado, aos 41 minutos. Festa nas arquibancadas e provocações ao rival Flamengo, que está na final do Carioca: "Ô Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar".

 Por GloboEsporte.com