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Strauss-Kahn deixa prisão sob condicional

Depois de uma tentativa frustrada, a família de Dominique Strauss-Kahn conseguiu alugar um apartamento temporário que vai servir como prisão domiciliar. O prédio de 21 andares, Empire Building, fica no numero 71 da rua Brodway, no sul da ilha de Manhattan, próximo ao Ground Zero, onde houve o atentado às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 20011. Mais cedo, o proprietário do apartamento no número 210 Leste da rua 65, desistiu de alugar o imóvel  quando soube a identidade do inquilino. O apartamento, no elegante Bristol Plaza, seria alugado em nome de Anne Sinclair, mulher de DSK, por 14 000 dólares mensais. Alguns moradores do Bristol acharam inconveniente a presença do novo vizinho que poderia atrair dezenas de paparazzi. Por algumas horas, a única morada certa do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Nova York, era uma cela de 12 metros quadrados na insalubre prisão da Rikers Island, o maior complexo penitenciário do mundo.
A liberdade condicional do acusado de tentativa de estupro e agressão sexual a imigrante africana Nafissatou Diallo, camareira do Hotel Sofitel New York, o obriga a ter um endereço monitorado por circuito interno de vídeo, alarmes contra fuga e vigiado em tempo integral por, pelo menos, um agente armado da companhia de segurança privada Stroz Friedberg, que tem o aval da promotoria. Os custos, estimados em 200 000 dólares mensais, são inteiramente pagos pelo acusado. O principal candidato da oposição socialista a Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais da França de maio 2012 terá que usar um dispositivo eletrônico atado ao tornozelo para rastreamento por GPS em tempo real.
DSK não poderá abandonar o perímetro da residência salvo para visitas médicas, ir ao culto religioso semanal, encontrar os advogados e atender as convocações judiciais. A Suprema Corte do estado de Nova York deverá ser avisada com 6 horas de antecedência de qualquer abandono da prisão domiciliar. Ainda que Strauss-Kahn tenha assinado documento que permite a Justiça americana pedir sua extradição em qualquer país sem passar por um magistrado, o promotor adjunto John McConnell, afirmou que DSK tem “boas razões para fugir dos EUA”. Se condenado com penas acumuladas, o acusado arrisca uma sentenca de 74 anos de encarceramento. Ou seja, o resto da vida. DSK deverá ser julgado por um júri popular no início do ano que vem.

Por Veja