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Assad declara nova anistia geral na Síria

Um dia depois de ir a público defender reformas, o ditador da Síria, Bashar Al-Assad, anunciou nesta terça-feira (21) uma nova anistia geral a todos os delitos cometidos no país antes de 20 de junho de 2011. É uma nova tentativa de Assad de retomar sua legitimidade em meio à sanguinária repressão que impõe a sua população. Há três meses, os sírios tentam derrubar o governo de Assad.
A informação da anistia geral foi divulgada em nota pela Sana, a agência oficial síria, e não ofereceu mais detalhes sobre a medida. É a segunda anistia desde o início dos protestos, há três meses. Na primeira, em 31 de maio, Assad decretou uma anistia que incluía os presos políticos e os membros da Irmandade Muçulmana, desde que não tivessem cometido delitos criminais até aquela data. O anúncio desta terça-feira coincide com grandes manifestações de apoio a Assad. As passeatas acontecem na capital, Damasco, e nas cidades de Aleppo, Deraa, Homs e Tartus, entre outras. Na capital, milhares de pessoas se reuniram na Praça de Amawin com bandeiras e retratos do líder sírio.
Assad está tentando arregimentar seus apoiadores diante da crescente pressão internacional contra a dura repressão que impõe a seus opositores. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, de oposição ao governo, 1.310 civis e 341 militares e policiais morreram desde meados de março pela repressão das manifestações.

União Europeia rejeita discurso
 
No pronunciamento de segunda-feira, Assad prometeu um "diálogo nacional" para por fim à crise, e denunciou a existência de uma "conspiração internacional" liderada por radicais islâmicos contra a Síria.
A União Europeia (UE) rejeitou o discurso de Assad e defendeu o endurecimento das sanções contra seu regime, além da imediata condenação da violência por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Ao final de uma reunião entre os ministros de Exteriores da UE, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, qualificou de "decepcionante" o pronunciamento de Assad, mas disse que "cabe ao povo da Síria julgar sua vontade de empreender reformas" no país. O chanceler francês, Alain Juppé, considerou que o presidente sírio "chegou a um ponto sem volta", enquanto o ministro alemão, Guido Westerwelle, afirmou que Assad é "incorrigível".

Por Época