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Em defesa de Bolsonaro, filho ironiza gays em microblog

11180448"CHuUuuupa Viadada" (sic). Assim o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PP) comemorou nesta quarta-feira, pelo microblog Twitter, o arquivamento da representação contra seu pai, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no Conselho de Ética da Câmara.
A representação contra Bolsonaro, de autoria do PSOL, dizia que ele foi racista ao responder uma pergunta feita pela cantora Preta Gil, durante o programa "CQC", da TV Band, em março.
Ao ser questionado qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra, o parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".
"CHuUuuupa Viadada. Bolsonaro absolvido!!!! Viva a Liberdade d Expressão. Parabéns Brasil! [sic]", afirmou Carlos Bolsonaro em seu perfil no Twitter.
O parlamentar postou diversos outros comentários, rebatendo as críticas que recebeu dos internautas: "Desejar minha morte é o menor dos elogios q tenho lido no twitter. Rs! Pregam a Liberdade d Expressão, só a deles, a minha ñ. Ditadura Gay!"; "Atenção Boiolas, p/ infelicidade d vcs, eu sou hétero!".

 

REJEITADO

 

Por 10 votos a 7, o Conselho de Ética da Câmara rejeitou hoje a representação contra Jair Bolsonaro. A maioria dos integrantes do colegiado entendeu que o deputado tem o direito de expressar a sua opinião e portanto votou contra o relatório de Sérgio Brito (PSC-BA), que pedia a abertura do processo.
Durante a sessão, Bolsonaro trocou acusações com Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
Wyllys disse que Bolsonaro tinha que limpar sua boca para lhe dirigir a palavra. "Tenho orgulho de ser chamado de veado por outro veado. E o sr. tem que lavar a boca, pois sou homossexual com "h" maiúsculo, de homem, coisa que o sr. não é", afirmou.
Wyllys disse que Bolsonaro usou da homofobia, que não é crime, para justificar o crime de racismo.
Além da fala no "CQC", outro fato citado na representação foi a briga entre Bolsonaro e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Após a retirada do projeto que criminaliza a homofobia da pauta de votação, enquanto a relatora da proposta, Marta Suplicy (PT-SP), concedia entrevista à imprensa, Bolsonaro exibiu um panfleto contra a ampliação dos direitos dos homossexuais, o que irritou Marinor, que chegou a bater na mão do deputado.
Marinor tentou impedir que Bolsonaro exibisse o panfleto e o chamou de homofóbico, o que acabou resultando em discussão.
Jean Wyllys deixou o Conselho logo após a polêmica, mas Chico e Bolsonaro chegaram a trocar ofensas. O representado chamou o colega do PSOL de "mentiroso, imoral". "Vou tirar você [Chico] do armário", disse Bolsonaro.
"Tá nervoso é? Isso é diversionismo", respondeu Chico Alencar.
Sérgio Brito, relator do caso, se disse surpreso e lamentou o fato de a atitude de Bolsonaro poder continuar a mesma, sem nenhum tipo de punição.

 

Por Folha