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Camareira do caso Strauss-Kahn concede primeira entrevista

A guineana que acusa o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, de tentar estuprá-la em um hotel de Manhattan deu sua primeira entrevista pública para limpar seu nome, informou neste domingo a imprensa americana.
"Por culpa dele me chamam de prostituta", declarou a mulher à revista "Newsweek". "Quero que ele vá para a prisão. Quero que ele vá para algum lugar onde não se possa usar o poder nem o dinheiro", disse.
A mulher também deverá aparecer no programa "Good Morning America" na manhã desta segunda-feira, exatamente uma semana antes de Strauss-Kahn voltar à corte em Nova York para a segunda audiência sobre as sete denúncias de tentativa de estupro e agressão sexual.
Strauss-Kahn, um político francês que chegou a ser um grande aspirante a converter-se no próximo presidente de França, nega todas as acusações em relação ao incidente do dia 14 de maio na luxuosa suíte do hotel Sofitel.
A mulher, cujo nome não pode ser mencionado devido à política policial de proteção à supostas vítimas de agressão sexual, estava trabalhando como camareira no hotel quando, diz ela, foi atacada na suíte presidencial do 28º andar.

OPINIÃO PÚBLICA
 
Os advogados de Strauss-Kahn disseram neste domingo que a suposta vítima está tentando "inflamar a opinião pública" com estas entrevistas e criticaram os advogados da acusadora.
"Este comportamento por parte dos advogados não é profissional e viola as regras fundamentais do comportamento profissional dos advogados", afirmaram em um comunicado.
"O objetivo evidente deste comportamento é inflamar a opinião pública contra o acusado no caso penal em curso", disseram.
Segundo a entrevista ao Newsweek, ao entrar na suíte a camareira disse em voz alta: "Olá, serviço de quarto", e logo apareceu um homem desnudo de cabelo grisalho.
"Oh, meus Deus", disse ela. "Sinto muito!". E virou-se para sair.
"Não tem que se desculpar", teria replicado Strauss-Kahn, a quem ela descreve como parecendo "um louco".
A empregada agregou que o homem tentou agarrar seus seios e fechou a porta da suíte com força. Depois disso, ela descreveu o que aconteceu na suíte.
Os advogados de Strauss-Kahn, no entanto, acusam a equipe de advogados da camareira de estarem "orquestrando um número sem precedentes de eventos midiáticos e manifestações para pressionar aos fiscais neste caso".
"Seus advogados sabem que o pedido de indenização é rebaixado quando as acusações penais perdem crédito, como de fato devem perder".

Por Folha