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Compra da Webjet não trará preço maior nem demissões, diz Gol

A compra da Webjet não deve acarretar em aumento nos preços das tarifas da compahia, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior.
Na sexta-feira, a Gol anunciou a compra da Webjet por R$ 96 milhões (valor que será repassado aos sócios da companhia, que já desconsidera as dívidas da Webjet).
Analistas afirmaram, após o negócio, que a união das empresas poderia acarretar em um aumento de preços para os clientes Webjet --hoje com algumas das passagens mais baratas do mercado.
"O negócio não implicaria aumento de custos. Devemos ganhar eficiência e manter tarifas extremamente competitivas", afirmou Oliveira Jr. durante teleconferência.
Ele afirmou também que o acordo não deve gerar demissões de funcionários --ocorrência comum em casos de integração de companhias.
"A estratégia da Webjet pressupõe estrutura extremamente enxuta, eles têm um nível de terceirização maior que o da Gol. Por isso, o número de funcionários por aeronaves é tão baixo e acredito que não teremos demissões."
De acordo com ele, a troca dos aviões da Webjet nos anos seguintes à integração e a continuidade no crescimento da demanda de passageiros permitira, inclusive, que as companhias mantivessem o processo de contratação de trabalhadores.
Atualmente, a Webjet opera com 1.670 funcionários, enquanto a Gol possui 18 mil trabalhadores em seu quadro.

MARCA
 
A marca Webjet deve desaparecer no longo prazo, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo Oliveira Jr., a integração das marcas ocorrerá em meio a um processo de aumento dos serviços aos passageiros da Webjet.
"Nós vamos manter a marca por algum tempo, principalmente até a aprovação do Cade. Mas, depois disso, teremos integração total", afirmou.
"As duas empresas atuam no mesmo segmento e acho que a Gol tem condições de agregar serviços e produtos aos passageiros, como o programa de milhagens Smiles, número maior de frequência de voos, um padrão de frota mais jovem, check-in pela internet (...)."

NEGÓCIO
 
A Gol anunciou na sexta-feira a compra da Webjet por R$ 96 milhões (valor que será repassado aos sócios da companhia e já desconsidera as dívidas da Webjet).
No comunicado divulgado na data, as companhias afirmavam que a aérea foi avaliada durante as negociações em R$ 311 milhões.
Nesta segunda, Pereira detalhou a dívida da Webjet. De acordo com ele, R$ 215 milhões compõem a parte financeira dos débitos, cujos credores são, atualmente, os bancos Bradesco, Safra e Citibank --instituições com quem, segundo Pereira, a Gol tem relação próxima.
Essas dívidas começam a vencer neste ano e vão até 2015. A meta da Gol, porém, é estender o prazo desses vencimentos. Uma forma de fazer isso, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), seria captar dinheiro no mercado.
De acordo com Pereira, ainda há R$ 120 milhões em dívidas da Webjet que não aparecem no balanço da companhia, já que são despesas que se referem a leasings operacionais.
Segundo ele, a dívida da Webjet não significará um aumento significativo no montante devido pela Gol atualmente.
Por Folha