|

Novas suspeitas derrubam mais 2 dos Transportes

O surgimento de novas suspeitas de corrupção e tráfico de influência aumentou a crise no Ministério dos Transportes, iniciada há duas semanas, e obrigou o governo a afastar mais dois dirigentes do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Até agora, seis pessoas foram afastadas, entre elas o então ministro Alfredo Nascimento. O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, diz que está em "férias" e não afastado. O governo, segundo a reportagem apurou, já tem uma lista com nomes de pessoas que serão cortadas.
Pessoas próximas ao ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) afirmam que a lista tem nomes das superintendências do Mato Grosso e do Paraná, além de diretorias e coordenadorias do Dnit em Brasília.
Sem dar detalhes, o próprio ministro admitiu que "se dentro desses próximos dias houver a necessidade de fazer novos ajustes, afastar alguém, por razões objetivas de natureza moral e ética, vamos ter que tomar a decisão cabível".
Entre os afastados ontem está o "boy" Frederico Augusto de Oliveira Dias, conhecido por Fred. Filiado ao PR e indicado pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), Fred despachava desde 2008 no Dnit.
Apesar de nunca ter sido nomeado, ele atuava como assessor da diretoria-geral em reuniões com prefeitos e autoridades. Em depoimento no Congresso, Pagot afirmou que Frederico era apenas um "boy" no órgão. Ontem o governo determinou o afastamento de Fred.
Em outra reportagem, o jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que a construtora da mulher de José Henrique Sadok de Sá, diretor-executivo do Dnit, assinou contratos de pelo menos R$ 18 milhões para efetuar obras em rodovias federais em Roraima, entre 2006 e 2011.
Sadok, também afastado ontem, acumula a direção interina do Dnit desde as férias de Pagot. Sadock negou ao jornal que tivesse influências nos negócios de sua mulher e que não via conflito de interesse.

Por Folha