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Após denúncias, presidente do PMDB defende extinção da Conab

O presidente do PMDB, Valdir Raupp, defendeu nesta segunda-feira (1º) a extinção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) depois das denúncias que levaram à demissão do ex-diretor financeiro do órgão Osmar Jucá Neto --irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Raupp disse que "ninguém vai perceber se o órgão não existir", ao afirmar que a Conab perdeu suas funções essenciais.
"É um órgão que não tem papel, está só fazendo cadastro de quem recebe o Bolsa Família. Ninguém vai perceber se ela não existir. O PMDB não reivindica esse cargo", disse Raupp.
Em entrevista à revista "Veja", o irmão de Jucá, exonerado após determinar o pagamento de R$ 8 milhões a um armazém em nome de laranjas, acusou o Ministério da Agricultura, comandado por Wagner Rossi (PMDB), de retardar um pagamento determinado pela Justiça ao armazém Caramuru.
Raupp disse não acreditar que as denúncias vão levar a presidente Dilma Rousseff a promover uma "limpeza" no Ministério da Agricultura --a exemplo do que a petista fez no Ministério dos Transportes.
O peemedebista disse que não há denúncias que justifiquem qualquer mudança na pasta. "Não tem nada para se apurar no ministério, as denúncias não têm consistência", afirmou.

IRMÃOS
 
Integrantes do PMDB avaliam que as denúncias de Jucá Neto não atingem o irmão, uma vez que o líder governista disse ter sido "pego de surpresa" com as acusações.
Em conversas com membros do partido, o vice-presidente Michel Temer afirmou que Jucá permanece com a sua credibilidade "inabalada" depois das revelações do irmão. Mas reconheceu a aliados que o líder governista não deveria tê-lo indicado para a diretoria da Conab diante de sua postura "explosiva".
Em meio às denúncias, Temer vai reunir nesta terça-feira (2) os principais líderes do PMDB em almoço no Palácio do Jaburu para discutir as revelações Jucá Neto.

Por Folha