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Devassa no Turismo leva PF a prender 35 pessoas

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Costa, e o ex-secretário-executivo da pasta, Mário Moysés, na operação Voucher, que investiga desvios relacionados a convênios de capacitação profissional no Amapá.
De acordo com a PF, 35 dos 38 mandados de prisão foram cumpridos.
Costa foi nomeado em janeiro pelo ministro Pedro Novais (PMDB), e Moysés dirigiu a Embratur até o meio deste ano. Moyses é ligado ao PT e assessorou a ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy. Colbert foi indicado pelo ex-deputado Geddel Vieira Lima.
Na ação, com cerca de 200 policiais federais, divididos em São Paulo, Brasília e Macapá, a PF cumpriu 19 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de prisão temporária --também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão.
A operação investiga o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Além dos presos, estão envolvidos também funcionários do Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), foco da fraude, e empresários, de acordo com a PF.
Em São Paulo, foram presas 13 pessoas, oito em prisão preventiva e cinco temporária. Entre os detidos em São Paulo, está o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho. Os detidos serão levados para o Amapá.
Segundo a PF, as pessoas envolvidas no esquema criminoso poderão ser indiciadas, de acordo com as devidas participações, pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitação. As penas para tais crimes podem chegar a doze anos de reclusão.
Questionado se os dois últimos secretários executivos do ministério do Turismo --Mário Moyses e Frederico Silva da Costa-- receberam propina, o diretor executivo da Polícia Federal, delegado Paulo de Tarso Teixeira afirmou que o dinheiro chegou até a mão deles.
"As oitivas e buscas vão delinear isso. Mas o que podemos dizer é que o dinheiro chegou até a mão deles", afirmou.Ao todo, 33 pessoas foram presas.
A operação foi executada em conjunto com o TCU (Tribunal de Contas da União) e com o apoio do Ministério Público Federal. Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo não se manifestou.
 
CRISE FEDERAL

Desde junho, o governo federal enfrenta uma série de escândalos em vários ministérios que já levaram à queda dos ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa).
Denúncias de corrupção e irregularidades em licitações atingiram os ministérios da Agricultura e Transportes. Este último teve mais de 20 funcionários afastados.
As pastas de Cidades, Defesa e Minas e Energia também respondem por irregularidades.

Por Folha