PF prende 35 no Turismo, e governo reclama de 'abuso'
A Polícia Federal expediu 38 mandados de prisão nesta terça-feira contra pessoas suspeitas de desviar recursos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Os valores desviados podem superar a casa dos R$ 10 milhões. Só em um dos três convênios assinados entre o ministério e o Ibrasi, a polícia calcula que o grupo tenha se apropriado de quase R$ 4 milhões, valor total da verba repassada pelo governo federal à organização não-governamental no primeiro contrato. Os três convênios somam mais de R$ 15 milhões. Segundo a polícia, o grupo teria se apropriado de dois terços das verbas recebidas. As investigações sobre os dois outros convênios deverão ser aprofundadas nos próximos dias.
Até o momento, 35 pessoas foram presas. Faltam ainda efetuar três prisões decretadas: uma no DF, uma em São Paulo e outra em Curitiba. O secretário-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, é um dos detidos na operação batizada de Voucher, realizada em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Macapá (AP). A PF também apreendeu R$ 610 mil em dinheiro.
A Operação Voucher pode inviabilizar a candidatura da deputada Fátima Pelaes (PMDB -AP) a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação da PF começou com uma emenda de R$ 4 milhões da deputada. A emenda foi apresentada em 2009 com objetivo de abastecer um programa de qualificação de profissionais de turismo sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Ao todo, o programa teria recebido mais de R$ 15 milhões. Em pouco tempo de investigação a PF descobriu desvio de dinheiro e fraude na prestação de contas, entre outras irregularidades.
Procurada pelo GLOBO a deputada não foi localizada. Segundo uma de suas assessoras, a deputada está em atividade fora da agenda oficial. A assessoria confirmou autoria da emenda, mas não soube explicar os vínculos da parlamentar com o Ibrasi.
Cerca de 200 policiais participaram da operação. Além do secretário-executivo, foram presos o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, o ex-secretário executivo da pasta e ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, e empresários, diretores do ministério e funcionários do Ibrasi. Moysés foi chefe de gabinete da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP), durante sua passagem pelo Turismo como ministra, em março de 2007. Ele também foi assessor de campanha da petista nas eleições municipais de 2008.
Segundo a PF, foram expedidos 19 mandados de prisão preventiva, 19 de prisão temporária e sete de busca e apreensão. Os presos em São Paulo e Brasília foram levados para Macapá em aviões da própria PF e deverão prestar depoimento nesta terça-feira. Os envolvidos podem ser indiciados por formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitações.
No mês passado, reportagem de O GLOBO denunciou que o secretário-executivo era um dos responsáveis pela contratação do Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH) , uma ONG que também treinava profissionais de turismo e era dirigida pelo empresário César Gonçalves, que responde a duas ações por improbidade administrativa. Há três anos, Gonçalves foi afastado da Brasiliatur - estatal que coordena ações do turismo do governo do Distrito Federal após denúncias de desvio de verbas. A verba repassada pelo Ministério do Turismo ao IBH chega a R$ 52 milhões.
O GLOBO também denunciou que o Instituto Marca Brasil pagou passagens aéreas para o diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch. O instituto é uma das ONGs que mais recebem dinheiro do ministério, inclusive de programas lançados pelo departamento chefiado por Moesch.
PMDB pede explicações ao governo
A cúpula do PMDB pediu nesta terça-feira explicações ao Palácio do Planalto sobre o escândalo no Ministério do Turismo. Segundo assessores do Planalto, a presidente Dilma Rousseff se reuniu de manhã com os ministros palacianos Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil ) para avaliar as consequências políticas da operação da Polícia Federal. O PMDB demonstrou contrariedade, mas não vai se pronunciar enquanto não tiver mais detalhes sobre a operação.
A operação da PF atinge uma pasta cujo ministro, Pedro Novais, é afilhado político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) . A cúpula do PMDB teme em se transformar na bola da vez da faxina de Dilma Rousseff.
Sarney diz que ministro do Turismo 'tem reputação ilibada', mas nega indicação
Ao chegar pela manhã no Senado, o presidente da Casa, José Sarney, comentou a prisão de 37 pessoas no Ministério do Turismo, além do número dois da pasta, o secretário-executivo Frederico Costa, na operação Voucher da Polícia Federal . De acordo com o senador, o ministro do Turismo, Pedro Novais, indicado pelo PMDB, é "homem de reputação ilibada", ou seja, sem mancha. Sarney, porém, negou que tenha indicado o nome de Novais para o ministério .
Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), as denúncias de irregularidades em diferentes ministérios do governo Dilma Rousseff, divulgadas nas últimas semanas, preocupam. Segundo ele, as denúncias poderão ter algum tipo de impacto nas votações da Casa.
Até o momento, 35 pessoas foram presas. Faltam ainda efetuar três prisões decretadas: uma no DF, uma em São Paulo e outra em Curitiba. O secretário-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, é um dos detidos na operação batizada de Voucher, realizada em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Macapá (AP). A PF também apreendeu R$ 610 mil em dinheiro.
A Operação Voucher pode inviabilizar a candidatura da deputada Fátima Pelaes (PMDB -AP) a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação da PF começou com uma emenda de R$ 4 milhões da deputada. A emenda foi apresentada em 2009 com objetivo de abastecer um programa de qualificação de profissionais de turismo sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Ao todo, o programa teria recebido mais de R$ 15 milhões. Em pouco tempo de investigação a PF descobriu desvio de dinheiro e fraude na prestação de contas, entre outras irregularidades.
Procurada pelo GLOBO a deputada não foi localizada. Segundo uma de suas assessoras, a deputada está em atividade fora da agenda oficial. A assessoria confirmou autoria da emenda, mas não soube explicar os vínculos da parlamentar com o Ibrasi.
Cerca de 200 policiais participaram da operação. Além do secretário-executivo, foram presos o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, o ex-secretário executivo da pasta e ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, e empresários, diretores do ministério e funcionários do Ibrasi. Moysés foi chefe de gabinete da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP), durante sua passagem pelo Turismo como ministra, em março de 2007. Ele também foi assessor de campanha da petista nas eleições municipais de 2008.
Segundo a PF, foram expedidos 19 mandados de prisão preventiva, 19 de prisão temporária e sete de busca e apreensão. Os presos em São Paulo e Brasília foram levados para Macapá em aviões da própria PF e deverão prestar depoimento nesta terça-feira. Os envolvidos podem ser indiciados por formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitações.
No mês passado, reportagem de O GLOBO denunciou que o secretário-executivo era um dos responsáveis pela contratação do Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH) , uma ONG que também treinava profissionais de turismo e era dirigida pelo empresário César Gonçalves, que responde a duas ações por improbidade administrativa. Há três anos, Gonçalves foi afastado da Brasiliatur - estatal que coordena ações do turismo do governo do Distrito Federal após denúncias de desvio de verbas. A verba repassada pelo Ministério do Turismo ao IBH chega a R$ 52 milhões.
O GLOBO também denunciou que o Instituto Marca Brasil pagou passagens aéreas para o diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch. O instituto é uma das ONGs que mais recebem dinheiro do ministério, inclusive de programas lançados pelo departamento chefiado por Moesch.
PMDB pede explicações ao governo
A cúpula do PMDB pediu nesta terça-feira explicações ao Palácio do Planalto sobre o escândalo no Ministério do Turismo. Segundo assessores do Planalto, a presidente Dilma Rousseff se reuniu de manhã com os ministros palacianos Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil ) para avaliar as consequências políticas da operação da Polícia Federal. O PMDB demonstrou contrariedade, mas não vai se pronunciar enquanto não tiver mais detalhes sobre a operação.
A operação da PF atinge uma pasta cujo ministro, Pedro Novais, é afilhado político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) . A cúpula do PMDB teme em se transformar na bola da vez da faxina de Dilma Rousseff.
Sarney diz que ministro do Turismo 'tem reputação ilibada', mas nega indicação
Ao chegar pela manhã no Senado, o presidente da Casa, José Sarney, comentou a prisão de 37 pessoas no Ministério do Turismo, além do número dois da pasta, o secretário-executivo Frederico Costa, na operação Voucher da Polícia Federal . De acordo com o senador, o ministro do Turismo, Pedro Novais, indicado pelo PMDB, é "homem de reputação ilibada", ou seja, sem mancha. Sarney, porém, negou que tenha indicado o nome de Novais para o ministério .
Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), as denúncias de irregularidades em diferentes ministérios do governo Dilma Rousseff, divulgadas nas últimas semanas, preocupam. Segundo ele, as denúncias poderão ter algum tipo de impacto nas votações da Casa.