Em mensagem de áudio, Gaddafi declara Sirte capital da Líbia
Em uma nova mensagem de áudio transmitida na TV, o ditador líbio, Muammar Gaddafi, voltou a atacar os rebeldes e pedir que seus partidários resistam, e declarou Sirte -- que é sua cidade natal e o último foco de resistência do regime-- a nova capital do país.
Gaddafi, que está foragido, disse que existem divergências entre os rebeldes e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em áudio transmitido na televisão por satélite Arrai, com sede na Síria.
"Mesmo que não ouçam minha voz, continuem com a resistência", declarou Gaddafi. "Existem divergências entre a Aliança da Agressão [Otan] e seus agentes [os rebeldes]", enfatizou.
"Vamos lutar em todas as ruas, em todas as vilas, em todas as cidades", disse. "Isso vai acabar um dia. E vamos sair vitoriosos. Eles não têm força para continuar lutando".
"Será uma longa batalha. Lutaremos de local em local, cidade em cidade, vale em vale, montanha em montanha. "Se a Líbia pegar fogo, quem irá governá-la?" questionou o ditador.
Gaddafi ainda fez uma ameaça aos rebeldes. "Vocês não conseguirão extrair petróleo, pelo bem de nosso povo. Não permitiremos que isso aconteça. Estejam prontos para uma guerra contras gangues".
Gaddafi acrescentou que as forças "colonialistas" estão muito fracas e têm medo de deixar que ele e seus apoiadores tenham voz. "Eles tentam esconder a realidade, sem deixar nossa voz ser ouvida. Estão tentando esconder sua fraqueza", afirmou. "Deixe-me falar com meu povo, se nao tem medo de mim".
CONFERÊNCIA DE PARIS
As afirmações de Gaddafi chegaram horas antes das declarações finais de uma conferência internacional sobre a Líbia em Paris. Falando ao lado de outros líderes mundiais, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou um "pedido unânime para desbloquear os bens líbios" de US$ 15 bilhões e disse que as operações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) "continuarão enquanto [o ditador Muammar] Gadafi representar uma ameaça".
"Decidimos entrar com pedido unânime para desbloquear os bens líbios, os fundos de [Muammar] Gadafi e seus aliados devem retornar aos líbios", disse Sarkozy durante coletiva.
Ele afirmou ainda que a intervenção da Otan e seus aliados "salvou milhares de vidas" e que todos os países europeus presentes estão dispostos a reabrir suas embaixadas em Trípoli após a transição de poder no país. O líder francês disse também que o Conselho Nacional de Transição (CNT) deve iniciar um processo de "reconciliação e perdão" na Líbia.
Além dos membros da Otan e seus aliados, a reunião em Paris contou com a participação de 63 países, entre eles o Brasil.
Ele é tido como um dos principais articuladores da coalizão que implementou as resoluções 1970 e 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que visavam a criação de uma zona de exclusão aérea em defesa dos civis. Tais ataques aéreos continuarão enquanto forem necessários para proteger o povo líbio, acrescentou.
Sarkozy agradeceu especialmente aos três países árabes que ajudaram na operação: Qatar, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.
"Desde o primeiro dia eles estiveram do nosso lado. Não teríamos entrado na Líbia sem as resoluções da ONU, e sem a presença dos países árabes", afirmou.
O primeiro-ministro britânico disse ainda que Sarkozy foi estratégico em reunir nações de "leste, oeste, norte e sul, muçulmanas e cristãs", com o mesmo objetivo, de libertar a Líbia dos horrores de Gaddafi.
O francês disse que a União Europeia tem em mente que o Mediterrâneo é parte de suas fronteiras e que cabe aos europeus protegê-lo. "A Otan deu um passo adiante nessa operação, em comparação com a Bósnia, por exemplo [quando a aliança foi criticada por demorar para intervir na guerra civil, nos anos 90]".
Mahmoud Jibril, líder do CNT, disse que o "povo líbio mostrou que conseguiu atingir sua luta pela liberdade" e que seu compromisso com a população agora é de criar um novo país, guiado pelos valores da tolerância, do perdão e da lei.
Também nesta quinta-feira, o CNT estendeu em uma semana o prazo de rendição da cidade de Sirte, o último bastião de apoio ao ditador Muammar Gaddafi. O prazo anterior era sábado, dia 3 de setembro. Os rebeldes afirmam que irão atacar a cidade se os gaddafistas não se renderem.
TRÊS DECISÕES
O premiê do Reino Unido, David Cameron, listou as três principais decisões da reunião. A primeira: a Otan e seus aliados continuarão implementando as resoluções 1970 e 1973 enquanto sua presença for necessária para proteger os civis líbios.
A segunda: os países que integram a coalizão manterão seu compromisso com o direito internacional e auxiliarão os líbios na investigação dos crimes perpetrados pelo regime do ditador Muammar Gaddafi.
E finalmente, os membros da aliança apoiarão o líder do CNT, Mahmnoud Jibril no processo de transição de poder na Líbia.
POSIÇÃO DA ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o "tempo é crucial" nesse momento, e que a organização deve liderar o processo e auxiliar os rebeldes.
Entre as principais necessidades estão a organização política do país, com a preparação para que os líbios possam eleger um novo governo nos próximos meses, acrescentou.
Ban afirmou ainda que vai despachar um enviado especial das Nações Unidas a Trípoli imediatamente, para que o processo de reconstrução política do país seja acelerado.
Gaddafi, que está foragido, disse que existem divergências entre os rebeldes e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em áudio transmitido na televisão por satélite Arrai, com sede na Síria.
"Mesmo que não ouçam minha voz, continuem com a resistência", declarou Gaddafi. "Existem divergências entre a Aliança da Agressão [Otan] e seus agentes [os rebeldes]", enfatizou.
"Vamos lutar em todas as ruas, em todas as vilas, em todas as cidades", disse. "Isso vai acabar um dia. E vamos sair vitoriosos. Eles não têm força para continuar lutando".
"Será uma longa batalha. Lutaremos de local em local, cidade em cidade, vale em vale, montanha em montanha. "Se a Líbia pegar fogo, quem irá governá-la?" questionou o ditador.
Gaddafi ainda fez uma ameaça aos rebeldes. "Vocês não conseguirão extrair petróleo, pelo bem de nosso povo. Não permitiremos que isso aconteça. Estejam prontos para uma guerra contras gangues".
Gaddafi acrescentou que as forças "colonialistas" estão muito fracas e têm medo de deixar que ele e seus apoiadores tenham voz. "Eles tentam esconder a realidade, sem deixar nossa voz ser ouvida. Estão tentando esconder sua fraqueza", afirmou. "Deixe-me falar com meu povo, se nao tem medo de mim".
CONFERÊNCIA DE PARIS
As afirmações de Gaddafi chegaram horas antes das declarações finais de uma conferência internacional sobre a Líbia em Paris. Falando ao lado de outros líderes mundiais, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou um "pedido unânime para desbloquear os bens líbios" de US$ 15 bilhões e disse que as operações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) "continuarão enquanto [o ditador Muammar] Gadafi representar uma ameaça".
"Decidimos entrar com pedido unânime para desbloquear os bens líbios, os fundos de [Muammar] Gadafi e seus aliados devem retornar aos líbios", disse Sarkozy durante coletiva.
Ele afirmou ainda que a intervenção da Otan e seus aliados "salvou milhares de vidas" e que todos os países europeus presentes estão dispostos a reabrir suas embaixadas em Trípoli após a transição de poder no país. O líder francês disse também que o Conselho Nacional de Transição (CNT) deve iniciar um processo de "reconciliação e perdão" na Líbia.
Além dos membros da Otan e seus aliados, a reunião em Paris contou com a participação de 63 países, entre eles o Brasil.
Ele é tido como um dos principais articuladores da coalizão que implementou as resoluções 1970 e 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que visavam a criação de uma zona de exclusão aérea em defesa dos civis. Tais ataques aéreos continuarão enquanto forem necessários para proteger o povo líbio, acrescentou.
Sarkozy agradeceu especialmente aos três países árabes que ajudaram na operação: Qatar, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.
"Desde o primeiro dia eles estiveram do nosso lado. Não teríamos entrado na Líbia sem as resoluções da ONU, e sem a presença dos países árabes", afirmou.
O primeiro-ministro britânico disse ainda que Sarkozy foi estratégico em reunir nações de "leste, oeste, norte e sul, muçulmanas e cristãs", com o mesmo objetivo, de libertar a Líbia dos horrores de Gaddafi.
O francês disse que a União Europeia tem em mente que o Mediterrâneo é parte de suas fronteiras e que cabe aos europeus protegê-lo. "A Otan deu um passo adiante nessa operação, em comparação com a Bósnia, por exemplo [quando a aliança foi criticada por demorar para intervir na guerra civil, nos anos 90]".
Mahmoud Jibril, líder do CNT, disse que o "povo líbio mostrou que conseguiu atingir sua luta pela liberdade" e que seu compromisso com a população agora é de criar um novo país, guiado pelos valores da tolerância, do perdão e da lei.
Também nesta quinta-feira, o CNT estendeu em uma semana o prazo de rendição da cidade de Sirte, o último bastião de apoio ao ditador Muammar Gaddafi. O prazo anterior era sábado, dia 3 de setembro. Os rebeldes afirmam que irão atacar a cidade se os gaddafistas não se renderem.
TRÊS DECISÕES
O premiê do Reino Unido, David Cameron, listou as três principais decisões da reunião. A primeira: a Otan e seus aliados continuarão implementando as resoluções 1970 e 1973 enquanto sua presença for necessária para proteger os civis líbios.
A segunda: os países que integram a coalizão manterão seu compromisso com o direito internacional e auxiliarão os líbios na investigação dos crimes perpetrados pelo regime do ditador Muammar Gaddafi.
E finalmente, os membros da aliança apoiarão o líder do CNT, Mahmnoud Jibril no processo de transição de poder na Líbia.
POSIÇÃO DA ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o "tempo é crucial" nesse momento, e que a organização deve liderar o processo e auxiliar os rebeldes.
Entre as principais necessidades estão a organização política do país, com a preparação para que os líbios possam eleger um novo governo nos próximos meses, acrescentou.
Ban afirmou ainda que vai despachar um enviado especial das Nações Unidas a Trípoli imediatamente, para que o processo de reconstrução política do país seja acelerado.
Por Folha