Governo nega interferência no BC sobre decisão de corte dos juros
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), negaram, nesta quinta-feira (1º), qualquer interferência na decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros em 0,5 ponto percentual. Ambos dizem que a queda aconteceu por causa da crise internacional e das medidas adotadas pelo governo brasileiro.
"O Banco Central tem total autonomia e está acompanhando a crise internacional. Os elementos da crise internacional deram condições, junto com as medidas do governo, para que se pudesse ter essa redução. O BC tomou uma medida adequada às condições da economia internacional", disse a ministra.
Para Cândido Vaccarezza, a suspeita levantada sobre a não autonomia do BC só interessa aos especuladores. "Falar em falta de independência do BC é ridículo. O BC deu uma demonstração que incomodou quem quer viver de especulação", afirmou.
A Folha mostrou ontem (1º) que a cúpula do governo atuou nos bastidores para que a taxa de juros fosse reduzida.
Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma teve reuniões nas últimas semanas com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Alexandre Tombini, para discutir a conjuntura econômica e a necessidade de dar uma resposta ao risco de uma desaceleração acentuada da economia.
Ideli também disse, em visita ao Congresso, que o governo espera poder negociar durante todo o mês de setembro uma proposta alternativa para a questão dos royalties do petróleo. A votação do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, que trata da distribuição dos royalties, no entanto, ainda está mantida para o dia 22 de setembro.
Nesta manhã, Dilma reiterou a autonomia do BC e também endossou o coro governista de que a redução dos juros depende do cenário externo.
"Desde o governo do ex-presidente Lula, e até anteriormente a ele, optou-se por uma relação entre o governo e o Banco Central de autonomia. Acredito que a situação internacional mudou o sentido do que estava acontecendo, porque vimos três aumentos de taxas de juros no início do nosso governo. Acredito que, dependendo do que ocorrer na conjuntura internacional, teremos um aumento ou diminuição [dos juros]. Não dá para, de forma muito antecipada, prever isso. Ninguém sabe como vai se comportar a crise. A tendência é de ser uma crise de longa duração, de dois para mais anos", declarou.
SURPRESA
Ontem, em decisão surpreendente, o Banco Central baixou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, a Selic. A taxa baixou de 12,5% para 12% ao ano, após uma sequência de cinco altas.
O mercado financeiro apostava na manutenção da taxa, mas a decisão pode ter sido influencidada pela pressão governista inciada no anúncio do aumento de R$ 10 bilhões de superavit primário, na terça-feira (30).
Na ocasião, Dilma defendeu a redução dos juros, orientação seguida por outros ministros, como Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Guido Mantega (Fazenda).
"Esses R$ 10 bilhões preferimos utilizar para abrir um novo caminho, além do caminho de aumentar o investimento, é um caminho que achamos que é muito importante: queremos que a partir deste momento comecemos a ter no horizonte a possibilidade de redução de juros no Brasil", disse a presidente, em entrevista a rádios de Pernambuco, na terça-feira.
"O Banco Central tem total autonomia e está acompanhando a crise internacional. Os elementos da crise internacional deram condições, junto com as medidas do governo, para que se pudesse ter essa redução. O BC tomou uma medida adequada às condições da economia internacional", disse a ministra.
Para Cândido Vaccarezza, a suspeita levantada sobre a não autonomia do BC só interessa aos especuladores. "Falar em falta de independência do BC é ridículo. O BC deu uma demonstração que incomodou quem quer viver de especulação", afirmou.
A Folha mostrou ontem (1º) que a cúpula do governo atuou nos bastidores para que a taxa de juros fosse reduzida.
Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma teve reuniões nas últimas semanas com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Alexandre Tombini, para discutir a conjuntura econômica e a necessidade de dar uma resposta ao risco de uma desaceleração acentuada da economia.
Ideli também disse, em visita ao Congresso, que o governo espera poder negociar durante todo o mês de setembro uma proposta alternativa para a questão dos royalties do petróleo. A votação do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, que trata da distribuição dos royalties, no entanto, ainda está mantida para o dia 22 de setembro.
Nesta manhã, Dilma reiterou a autonomia do BC e também endossou o coro governista de que a redução dos juros depende do cenário externo.
"Desde o governo do ex-presidente Lula, e até anteriormente a ele, optou-se por uma relação entre o governo e o Banco Central de autonomia. Acredito que a situação internacional mudou o sentido do que estava acontecendo, porque vimos três aumentos de taxas de juros no início do nosso governo. Acredito que, dependendo do que ocorrer na conjuntura internacional, teremos um aumento ou diminuição [dos juros]. Não dá para, de forma muito antecipada, prever isso. Ninguém sabe como vai se comportar a crise. A tendência é de ser uma crise de longa duração, de dois para mais anos", declarou.
SURPRESA
Ontem, em decisão surpreendente, o Banco Central baixou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, a Selic. A taxa baixou de 12,5% para 12% ao ano, após uma sequência de cinco altas.
O mercado financeiro apostava na manutenção da taxa, mas a decisão pode ter sido influencidada pela pressão governista inciada no anúncio do aumento de R$ 10 bilhões de superavit primário, na terça-feira (30).
Na ocasião, Dilma defendeu a redução dos juros, orientação seguida por outros ministros, como Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Guido Mantega (Fazenda).
"Esses R$ 10 bilhões preferimos utilizar para abrir um novo caminho, além do caminho de aumentar o investimento, é um caminho que achamos que é muito importante: queremos que a partir deste momento comecemos a ter no horizonte a possibilidade de redução de juros no Brasil", disse a presidente, em entrevista a rádios de Pernambuco, na terça-feira.
Por Folha