Espaço aéreo será fechado para instalação de UPP na Rocinha
O governo do Rio deve instalar neste fim de semana uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na favela da Rocinha (zona sul). A medida acontece após a prisão, na madrugada desta quinta-feira, do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, apontado como chefe do tráfico na favela.
A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
ESPAÇO AÉREO FECHADO
A Aeronáutica divulgou um aviso hoje de que o espaço aéreo da favela da Rocinha ficará fechado no período de 0h a 16h do próximo domingo. O comunicado afirma que a iniciativa deve-se à "operação militar próxima a Pedra da Gávea com raio de 2,8 km e altitude de 900m".
A restrição da aeronáutica está incluída no Notam (sigla em inglês de Notice to Airmen ou aviso aos Aeronavegantes) que contém informações sobre aeroportos, rotas, terminais, centros de controles. O Notam é emitido antecipadamente para que os pilotos e profissionais ligados a operações de voo tenham conhecimento do que está acontecendo.
MOCHILA
Agora à noite policiais da delegacia do Tanque (41ªDP), na zona norte da cidade, realizaram uma operação próximo à Escola Americana, na estrada da Gávea, ao lado da comunidade da Rocinha. Eles encontraram dentro de uma mochila uma granada, uma boia de sinalização, pertencente às Forças Armadas, além de um carregador para rádio de comunicação e um saco contendo fogos e rojões, que poderiam ser usados para fabricar bombas caseiras. O material foi encaminhado à 15ªDP, na Gávea (zona sul do Rio).
PRESO
O traficante Nem estava no porta-malas de um Toyota Corolla, que foi parado pela polícia a poucos quilômetros da favela. Segundo os policiais que participaram da prisão, eles suspeitaram do veículo porque a suspensão estava baixa --indicando alguma carga no porta-malas.
Nem portava cerca de R$ 180 mil no momento em que foi preso. O dinheiro estava dividido em notas de real (59.900) e de euro (50.500 ou R$ 120 mil).
Segundo a polícia, o veículo foi parado pela primeira vez por volta das 23h na estrada da Gávea, uma das saídas da Rocinha. Estavam no carro dois advogados e um motorista, que se identificou como cônsul honorário da República Democrática do Congo.
Ele alegou imunidade diplomática, não permitiu que o carro fosse revistado e disse que, como autoridade, deveria ser atendido na 15ª DP (Gávea). Diante dessa afirmação, veículos da PM passaram a escoltar o Corolla até a delegacia.
Quando passavam pela Lagoa, na altura do Cinépolis Lagoon, o veículo parou e, segundo os policiais, os suspeitos ofereceram R$ 20 mil como propina. O comboio seguiu em frente e, na altura do Clube Naval, fez uma nova parada.
"Um dos advogados se identificou como pai do cônsul e foi ele quem ofereceu R$ 20 mil. Ele disse que na mala tinha R$ 1 milhão e [perguntou] se aquilo resolvia tudo", disse o tenente Ronald Cadar, que estava no grupo.
Após nova recusa dos policiais, o suposto cônsul disse que só abriria o porta-malas do carro na Polícia Federal. A PF foi acionada e os agentes que foram ao local abriram o porta-malas e encontraram o traficante Nem. Todos foram presos e levados à sede da PF na zona portuária do Rio.
A PF diz que entrou com contato com o Ministério das Relações Exteriores para verificar a identidade do suposto cônsul. A Embaixada do Congo em Brasília disse desconhecer qualquer relação entre o homem e o traficante, mas que ainda que aguarda dados da PF para se manifestar oficialmente.
ESCOLTA
Nem foi preso poucas horas depois de a Polícia Federal ter detido o seu braço-direito, conhecido como Coelho, e outros quatro traficantes, juntamente com três policiais civis e dois ex-policiais militares que faziam a sua escolta.
A PF diz que intensificou operações de inteligência ao saber que a Rocinha seria ocupada, e que recebeu informação de que haveria fugas.
Os policiais detidos entraram na favela em quatro veículos e deixaram o morro pela saída da rua Marquês de São Vicente, na Gávea. Entre os três policiais presos, dois atuavam na Delegacia de Roubo e Furto de Cargas e um da Delegacia de Saúde Pública.
Os policiais e os traficantes estavam armados, mas não houve troca de tiros. Alguns dos bandidos viajavam nos porta-malas dos carros.
Além das prisões, a PF apreendeu cinco granadas, 11 pistolas, três fuzis, carregadores, munição e uma quantidade não especificada de dinheiro em reais e euros.
A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão Sérgio Cabral (PMDB).
CHEFE DO TRÁFICO
Segundo investigação da Polícia Civil, por causa da iminente ocupação policial, o traficante Nem havia decretado desde a semana passada um toque de recolher para comerciantes e moradores. O traficante também teria limitado a circulação de motociclistas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), o traficante Nem controla a Rocinha desde novembro de 2005 e possui nove mandados de prisão contra ele.
Uma investigação da Polícia Civil confirmou que Nem recebeu atendimento médico na manhã de segunda-feira (7) na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Rocinha.
Na ocasião, o traficante teria ido à UPA acompanhado de seguranças armados com fuzis. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela unidade, não confirma o atendimento ao criminoso, mas também não nega o fato.
Uma das informações recebidas pela Polícia Civil é de que Nem teria procurado atendimento porque teria tido uma convulsão após misturar álcool com ecstasy durante uma festa realizada na Rocinha entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda-feira.
A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
ESPAÇO AÉREO FECHADO
A Aeronáutica divulgou um aviso hoje de que o espaço aéreo da favela da Rocinha ficará fechado no período de 0h a 16h do próximo domingo. O comunicado afirma que a iniciativa deve-se à "operação militar próxima a Pedra da Gávea com raio de 2,8 km e altitude de 900m".
A restrição da aeronáutica está incluída no Notam (sigla em inglês de Notice to Airmen ou aviso aos Aeronavegantes) que contém informações sobre aeroportos, rotas, terminais, centros de controles. O Notam é emitido antecipadamente para que os pilotos e profissionais ligados a operações de voo tenham conhecimento do que está acontecendo.
MOCHILA
Agora à noite policiais da delegacia do Tanque (41ªDP), na zona norte da cidade, realizaram uma operação próximo à Escola Americana, na estrada da Gávea, ao lado da comunidade da Rocinha. Eles encontraram dentro de uma mochila uma granada, uma boia de sinalização, pertencente às Forças Armadas, além de um carregador para rádio de comunicação e um saco contendo fogos e rojões, que poderiam ser usados para fabricar bombas caseiras. O material foi encaminhado à 15ªDP, na Gávea (zona sul do Rio).
PRESO
O traficante Nem estava no porta-malas de um Toyota Corolla, que foi parado pela polícia a poucos quilômetros da favela. Segundo os policiais que participaram da prisão, eles suspeitaram do veículo porque a suspensão estava baixa --indicando alguma carga no porta-malas.
Nem portava cerca de R$ 180 mil no momento em que foi preso. O dinheiro estava dividido em notas de real (59.900) e de euro (50.500 ou R$ 120 mil).
Segundo a polícia, o veículo foi parado pela primeira vez por volta das 23h na estrada da Gávea, uma das saídas da Rocinha. Estavam no carro dois advogados e um motorista, que se identificou como cônsul honorário da República Democrática do Congo.
Ele alegou imunidade diplomática, não permitiu que o carro fosse revistado e disse que, como autoridade, deveria ser atendido na 15ª DP (Gávea). Diante dessa afirmação, veículos da PM passaram a escoltar o Corolla até a delegacia.
Quando passavam pela Lagoa, na altura do Cinépolis Lagoon, o veículo parou e, segundo os policiais, os suspeitos ofereceram R$ 20 mil como propina. O comboio seguiu em frente e, na altura do Clube Naval, fez uma nova parada.
"Um dos advogados se identificou como pai do cônsul e foi ele quem ofereceu R$ 20 mil. Ele disse que na mala tinha R$ 1 milhão e [perguntou] se aquilo resolvia tudo", disse o tenente Ronald Cadar, que estava no grupo.
Após nova recusa dos policiais, o suposto cônsul disse que só abriria o porta-malas do carro na Polícia Federal. A PF foi acionada e os agentes que foram ao local abriram o porta-malas e encontraram o traficante Nem. Todos foram presos e levados à sede da PF na zona portuária do Rio.
A PF diz que entrou com contato com o Ministério das Relações Exteriores para verificar a identidade do suposto cônsul. A Embaixada do Congo em Brasília disse desconhecer qualquer relação entre o homem e o traficante, mas que ainda que aguarda dados da PF para se manifestar oficialmente.
ESCOLTA
Nem foi preso poucas horas depois de a Polícia Federal ter detido o seu braço-direito, conhecido como Coelho, e outros quatro traficantes, juntamente com três policiais civis e dois ex-policiais militares que faziam a sua escolta.
A PF diz que intensificou operações de inteligência ao saber que a Rocinha seria ocupada, e que recebeu informação de que haveria fugas.
Os policiais detidos entraram na favela em quatro veículos e deixaram o morro pela saída da rua Marquês de São Vicente, na Gávea. Entre os três policiais presos, dois atuavam na Delegacia de Roubo e Furto de Cargas e um da Delegacia de Saúde Pública.
Os policiais e os traficantes estavam armados, mas não houve troca de tiros. Alguns dos bandidos viajavam nos porta-malas dos carros.
Além das prisões, a PF apreendeu cinco granadas, 11 pistolas, três fuzis, carregadores, munição e uma quantidade não especificada de dinheiro em reais e euros.
A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão Sérgio Cabral (PMDB).
CHEFE DO TRÁFICO
Segundo investigação da Polícia Civil, por causa da iminente ocupação policial, o traficante Nem havia decretado desde a semana passada um toque de recolher para comerciantes e moradores. O traficante também teria limitado a circulação de motociclistas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), o traficante Nem controla a Rocinha desde novembro de 2005 e possui nove mandados de prisão contra ele.
Uma investigação da Polícia Civil confirmou que Nem recebeu atendimento médico na manhã de segunda-feira (7) na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Rocinha.
Na ocasião, o traficante teria ido à UPA acompanhado de seguranças armados com fuzis. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela unidade, não confirma o atendimento ao criminoso, mas também não nega o fato.
Uma das informações recebidas pela Polícia Civil é de que Nem teria procurado atendimento porque teria tido uma convulsão após misturar álcool com ecstasy durante uma festa realizada na Rocinha entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda-feira.
Por Folha