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Estudantes da USP consideram proposta da reitoria insuficiente

Os estudantes que invadiram o prédio da reitoria da USP consideraram insuficiente a proposta da universidade apresentada em reunião na tarde desta segunda-feira. A reunião terminou por volta das 19h. A nova oferta será avaliada pelos estudantes em assembleia marcada para começar as 20h e que deve decidir se a invasão continua ou não.
Na nova proposta, a reitoria se comprometeu a não punir estudantes e funcionários pela participação na invasão do prédio. Porém, a oferta está condicionada à saída dos invasores. "Consideramos a proposta insuficiente. O texto é praticamente o mesmo, só avança na questão da punição", afirmou Rafael Alves, 29, aluno de letras, e um dos estudantes presentes na reunião.
Os professores representantes da reitoria afirmam que, se o prédio não for desocupado, fecham-se os canais de negociação. Uma nova reunião de negociação já está marcada para quarta-feira (9).
Ainda segundo com os professores, se os invasores não deixarem o prédio da reitoria até as 23h de hoje, a Justiça será notifica para realizar a reintegração de posse.
"Nos comprometemos a examinar os processos por um grupo de trabalho se os estudantes saírem. Se não saírem, a USP vai notificar a Justiça", disse o professor Wanderley Messias da Costa, superintendente de relações institucionais da USP.
A proposta de não punição vale apenas para a "simples participação na ocupação".
Além da não punição, a reitoria da USP já havia prometido criar dois grupos de trabalho, um para discutir os processos administrativos movidos pela USP e o outro para debater a presença da PM no campus.
A invasão do prédio começou por volta da 0h de quarta (2) e foi realizada por um grupo descontente com a decisão da assembleia dos alunos de desocupar o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) --invadido na quinta-feira (27) e desocupado ontem.

PM
 
A invasão na FFLCH teve início após um confronto entre estudantes e policiais militares. A briga ocorreu após a PM deter três alunos que estariam fumando maconha dentro de um carro, no campus. Eles foram levados à delegacia e liberado em seguida. Os estudantes, no entanto, passaram a protestar pela saída da PM.
Esse foi o primeiro problema envolvendo policiais e universitários desde que a PM passou a fazer a segurança do campus, há quase dois meses. O convênio entre a corporação e a USP foi assinado para tentar reduzir a criminalidade no local. Em maio, o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24, morreu baleado numa tentativa de roubo.

Por Folha