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Situação de Lupi é insustentável, avisa o governo

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já recebeu de interlocutores do governo a sinalização de que não há mais condições políticas de sua manutenção no cargo.
A presidente Dilma Rousseff, que retornou ontem de uma viagem à Venezuela, deve chamá-lo para uma conversa definitiva entre hoje e amanhã.
Em conversas com integrantes do Executivo, o próprio titular da pasta aparenta ter perdido as esperanças de permanecer e reconhece que está causando constrangimento à presidente.
Em nenhum momento, porém, admitiu que pedirá demissão.
Nas conversas, o ministro do PDT ouviu a avaliação de que sua situação tornou-se insustentável após a reportagem revelar que ele acumulou dois empregos públicos por quase cinco anos, em Estados diferentes, o que é proibido pela Constituição.
Ainda que o fato tenha ocorrido antes de seu ingresso na Esplanada, a avaliação é que sua permanência desmoralizaria o governo.
Na quinta, a Comissão de Ética da Presidência recomendou a exoneração do ministro do Trabalho.
Setores do PDT que vêm publicamente defendendo Lupi admitiam ontem perder a pasta, desde que ela não vá parar nas mãos do PT.
Isso porque há uma disputa entre as duas principais centrais sindicais do país: a Força Sindical, ligada a pedetistas, e a CUT, ao PT.
Uma das propostas é a indicação de um nome sem vínculo partidário, como um magistrado da área.
 
Suspeitas
 
Lupi, que nega as suspeitas de irregularidades, foi o ministro alvo de acusações mais longevo do governo, resistindo com ajuda do Planalto desde 9 de novembro, após a revista "Veja" afirmar que assessores recebiam propina.
Cinco ministros --Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esportes)-- caíram após reveladas suspeitas de irregularidades.

Por Folha