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Greve de policiais e bombeiros leva medo a Fortaleza

A apreensão tomaram conta nesta terça-feira das principais cidades do Ceará. Com policiais e bombeiros em greve desde o último dia 29, escolas, postos de saúde e comércio fecharam as portas com medo da insegurança. Por conta disso, o comando de greve dos policiais e bombeiros militares do Ceará decidiu, em assembleia, colocar 30 viaturas à disposição do Exército.
De acordo com o comando de greve, o objetivo é garantir a segurança da população do Estado. A informação foi divulgada no site da Acsmce (Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará).
Desde o início do movimento grevista, há cinco dias, os policiais estavam retendo viaturas militares, o que impede a realização de rondas e piora a situação de insegurança.
Segundo o movimento grevista, a cessão de viaturas para uso do Exército demonstra à sociedade brasileira que a reivindicação dos militares "é pacífica, ordeira e está aguardando um diálogo com o governo estadual".
 
TENSÃO
 
Em várias cidades, os estabelecimentos comerciais estão fechados devido ao temor de arrastões, assim como órgãos públicos, como o Tribunal de Justiça do Ceará.
Em Fortaleza, os boatos de arrastões chegam a indicar locais e horários onde ocorrerão os assaltos. Nesta terça-feira, o medo se espalhou pelas lojas, quiosques, barracas na praia e restaurantes. Todos fecharam antes do meio-dia, atrapalhando os planos de turistas que visitam a cidade.
O clima de tensão começou já na noite de segunda-feira, quando bares em pontos turísticos ameaçaram fechar mais cedo.

JUSTIÇA
 
Uma liminar do Tribunal de Justiça do Ceará determinou a suspensão da greve dos policiais e bombeiros militares do Estado e seu retorno imediato ao trabalho.
A liminar foi expedida na segunda-feira (2). Na decisão, a desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda aceitou o argumento do Estado do Ceará de que os manifestantes não têm direito à greve, pois exercem funções consideradas essenciais à população, como prevê a Constituição Federal.
"Embora reconhecendo o direito dos militares em buscar a melhoria de suas condições de trabalho, não se pode perder de vista a supremacia do interesse público e a necessidade de se dar continuidade ao serviço essencial, assegurando o atendimento sem prejuízo à comunidade", escreveu.
A magistrada também determinou a reintegração de posse de veículos oficiais, quartéis e demais prédios ou instalações militares que estejam com os grevistas.
Em caso de descumprimento da decisão, ela fixou multa diária de R$ 15 mil para cada uma das associações e de R$ 500 para cada militar.
Ao pedir o retorno dos grevistas ao trabalho, o Estado sustentou que o movimento causa "evidente abalo à segurança pública" e disse ainda que os manifestantes retiveram ilegalmente veículos da PM, inviabilizando o acesso aos quartéis invadidos, e apropriaram-se indevidamente dos bens públicos.
Os militares afirmam que vão continuar a paralisação mesmo após a decisão judicial.

Por Folha