Restam poucas semanas para Assad na Síria, diz ministro de Israel
Os dias do regime do ditador sírio Bashar al Assad estão contados e restam poucas semanas para sua família no poder, afirmou nesta segunda-feira o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak. "Para a família Assad restam apenas poucas semanas para exercer o poder na Síria", declarou o ministro na Comissão Parlamentar de Relações Exteriores e Defesa.
As declarações de Barak chegam no mesmo dia em que a Suíça negou visto para um primo do ditador sírio, Hafez Majluf, que queria se reunir com seu advogado, segundo o jornal dominical "NZZ Am Sonntag".
Hafez Majluf é o chefe dos serviços secretos de Damasco e não concordou com as sanções impostas pela Suíça ao regime sírio e seus dignatários.
Por esta razão, queria ir à Suíça para conversar com seu advogado, acrescentou o jornal, informando que o Tribunal Federal, a mais alta instância jurídica do país, publicou nesta semana a decisão na qual comunica a proibição de entrada em território suíço.
Ontem (1º), o Parlamento árabe pediu a retirada imediata dos observadores da Liga Árabe atualmente na Síria ao avaliar que sua presença não teve efeito algum sobre a repressão das forças do regime, que mais uma vez atuaram com violência no primeiro dia do ano.
"O regime sírio continua matando inocentes. Assistimos a uma escalada da violência, cada vez matam mais pessoas, incluindo crianças, e tudo isso na presença dos observadores", afirmou o chefe desse organismo consultivo da Liga Árabe formado por parlamentares de seus 22 membros.
A oposição síria está pessimista sobre as chances de os monitores da Liga Árabe, que visitam atualmente o país, conseguirem interromper a repressão de nove meses lançada pelo ditador Bashar al Assad sobre os protestos contra o seu governo, disseram ativistas neste sábado.
FRACASSO
A missão da delegação da Liga Árabe está destinada ao fracasso, disse o chefe do Conselho Nacional Sírio Burhan Ghalioun, sediado em Paris.
"Se o regime fracassar em cumprir os compromissos acordados, não há outra solução a não ser ir até o Conselho de Segurança (da ONU) e eu acho que estamos indo em direção do Conselho de Segurança", disse ele à televisão Al Jazeera.
"Como você viu, o regime ainda está usando atiradores e usando Shabeeha (bandidos) e ainda está impedindo que as pessoas protestem em locais públicos", disse Ghalioun, que pressiona por uma intervenção externa maior apesar do fato de o Ocidente estar sendo contrariado por Rússia e China no Conselho nessa questão.
Apesar da presença dos monitores, que pareciam amenizar a força do Exército em alguns locais, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos - uma rede de ativistas da oposição, sediada em Londres, que documenta a violência dando nomes e circunstâncias -, disse que 27 civis foram mortos pelas forças de segurança na sexta-feira.
O Observatório disse que cinco membros das forças de segurança foram mortos a tiros em um confronto na cidade de Homs, onde membros do Exército Livre Sírio, formado por desertores, estabeleceram zonas proibidas para proteger distritos da oposição.
Alguns sírios temem que a menos que Assad concorde com mudança pacífica, a violência contínua provoque uma guerra sectária entre a maioria de muçulmanos sunitas, que apoia a revolta, e minorias, incluindo a seita muçulmana alauíta de Assad, que não quer mudança do regime.
DÚVIDAS EM TORNO DA MISSÃO
A missão da Liga Árabe tem despertado ceticismo, por causa da sua dimensão limitada, da sua composição e do fato de depender da logística do governo sírio. O desconforto da oposição com a missão se agravou depois de uma declaração do chefe dos monitores, um general sudanês, que disse ter tido uma primeira impressão "tranquilizadora".
O general sudanês Mustafa al Dabi, acusado por alguns de ligação com crimes de guerra ocorridos na década de 1990 na região de Darfur, fez na terça-feira uma rápida visita à cidade de Homs, epicentro dos confrontos, e disse não ter visto "nada de assustador".
Na quarta-feira (28), a França criticou a delegação árabe. "O pouco tempo de sua estadia não permitiu que apreciassem a realidade da situação que prevalece em Homs. Sua presença não impediu a continuidade da violenta repressão nesta cidade, onde importantes manifestações foram violentamente reprimidas, deixando dezenas de mortos", declarou Bernard Valero, porta-voz da Chancelaria francesa.
Dorsa Jabbari, correspondente da Al Jazeera no Líbano, disse que civis e lideranças rebeldes estão nervosos já que a presença de tropas do regime em torno dos monitores dificulta o contato.
"[Os observadores] estão sendo seguidos por forças sírias, como parte do acordo, e são responsáveis por sua segurança. Por isso, alguns moradores não sentem que têm liberdade de falar com os observadores diante de autoridades sírias", disse.
O ativista Hadi Abdullah disse à emissora que os monitores puderam constatar a gravidade da repressão nesta sexta-feira na cidade de Homs.
"Os observadores viram destruição e muita violência. Um deles perguntou aos moradores do bairro de Baba Amr: como vocês podem viver neste lugar?"
As declarações de Barak chegam no mesmo dia em que a Suíça negou visto para um primo do ditador sírio, Hafez Majluf, que queria se reunir com seu advogado, segundo o jornal dominical "NZZ Am Sonntag".
Hafez Majluf é o chefe dos serviços secretos de Damasco e não concordou com as sanções impostas pela Suíça ao regime sírio e seus dignatários.
Por esta razão, queria ir à Suíça para conversar com seu advogado, acrescentou o jornal, informando que o Tribunal Federal, a mais alta instância jurídica do país, publicou nesta semana a decisão na qual comunica a proibição de entrada em território suíço.
Ontem (1º), o Parlamento árabe pediu a retirada imediata dos observadores da Liga Árabe atualmente na Síria ao avaliar que sua presença não teve efeito algum sobre a repressão das forças do regime, que mais uma vez atuaram com violência no primeiro dia do ano.
"O regime sírio continua matando inocentes. Assistimos a uma escalada da violência, cada vez matam mais pessoas, incluindo crianças, e tudo isso na presença dos observadores", afirmou o chefe desse organismo consultivo da Liga Árabe formado por parlamentares de seus 22 membros.
A oposição síria está pessimista sobre as chances de os monitores da Liga Árabe, que visitam atualmente o país, conseguirem interromper a repressão de nove meses lançada pelo ditador Bashar al Assad sobre os protestos contra o seu governo, disseram ativistas neste sábado.
FRACASSO
A missão da delegação da Liga Árabe está destinada ao fracasso, disse o chefe do Conselho Nacional Sírio Burhan Ghalioun, sediado em Paris.
"Se o regime fracassar em cumprir os compromissos acordados, não há outra solução a não ser ir até o Conselho de Segurança (da ONU) e eu acho que estamos indo em direção do Conselho de Segurança", disse ele à televisão Al Jazeera.
"Como você viu, o regime ainda está usando atiradores e usando Shabeeha (bandidos) e ainda está impedindo que as pessoas protestem em locais públicos", disse Ghalioun, que pressiona por uma intervenção externa maior apesar do fato de o Ocidente estar sendo contrariado por Rússia e China no Conselho nessa questão.
Apesar da presença dos monitores, que pareciam amenizar a força do Exército em alguns locais, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos - uma rede de ativistas da oposição, sediada em Londres, que documenta a violência dando nomes e circunstâncias -, disse que 27 civis foram mortos pelas forças de segurança na sexta-feira.
O Observatório disse que cinco membros das forças de segurança foram mortos a tiros em um confronto na cidade de Homs, onde membros do Exército Livre Sírio, formado por desertores, estabeleceram zonas proibidas para proteger distritos da oposição.
Alguns sírios temem que a menos que Assad concorde com mudança pacífica, a violência contínua provoque uma guerra sectária entre a maioria de muçulmanos sunitas, que apoia a revolta, e minorias, incluindo a seita muçulmana alauíta de Assad, que não quer mudança do regime.
DÚVIDAS EM TORNO DA MISSÃO
A missão da Liga Árabe tem despertado ceticismo, por causa da sua dimensão limitada, da sua composição e do fato de depender da logística do governo sírio. O desconforto da oposição com a missão se agravou depois de uma declaração do chefe dos monitores, um general sudanês, que disse ter tido uma primeira impressão "tranquilizadora".
O general sudanês Mustafa al Dabi, acusado por alguns de ligação com crimes de guerra ocorridos na década de 1990 na região de Darfur, fez na terça-feira uma rápida visita à cidade de Homs, epicentro dos confrontos, e disse não ter visto "nada de assustador".
Na quarta-feira (28), a França criticou a delegação árabe. "O pouco tempo de sua estadia não permitiu que apreciassem a realidade da situação que prevalece em Homs. Sua presença não impediu a continuidade da violenta repressão nesta cidade, onde importantes manifestações foram violentamente reprimidas, deixando dezenas de mortos", declarou Bernard Valero, porta-voz da Chancelaria francesa.
Dorsa Jabbari, correspondente da Al Jazeera no Líbano, disse que civis e lideranças rebeldes estão nervosos já que a presença de tropas do regime em torno dos monitores dificulta o contato.
"[Os observadores] estão sendo seguidos por forças sírias, como parte do acordo, e são responsáveis por sua segurança. Por isso, alguns moradores não sentem que têm liberdade de falar com os observadores diante de autoridades sírias", disse.
O ativista Hadi Abdullah disse à emissora que os monitores puderam constatar a gravidade da repressão nesta sexta-feira na cidade de Homs.
"Os observadores viram destruição e muita violência. Um deles perguntou aos moradores do bairro de Baba Amr: como vocês podem viver neste lugar?"
Por Folha