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Casino prepara saída de Abilio Diniz do Pão de Açúcar

O grupo francês Casino se prepara para assumir o controle da maior rede varejista brasileira, o Pão de Açúcar, em junho, conforme acordo realizado em 2005, iniciando um processo de reestruturação que deve agrupar todas as subsidiárias do Casino na região incluindo, além do Brasil, Uruguai, Argentina e Colômbia, segundo informação publicada na edição deste domingo do jornal "Folha de S. Paulo".
De acordo com o jornal, essa mudança na estrutura administrativa do Pão de Açúcar prevê que o empresário Abilio Diniz, presidente do conselho da rede varejista, permaneça de forma vitalícia no cargo com direito a escolher o presidente executivo da rede a partir de uma lista tríplice com nomes indicados pelo sócio francês, o Casino.
O acordo teria validade até 2045, mas existe a possibilidade de ser extinto no caso de um dos sócios ter a participação na companhia reduzida para menos de 10% das ações com direito a voto. Esse cenário pode se consolidar com o plano do Casino para unir todas as subsidiárias do grupo na América Latina.
Ainda de acordo com o jornal, a primeira etapa dessa possível reestruturação envolveria o fim das ações preferenciais do Pão de Açúcar, papéis sem direito a voto, que seriam convertidas em ações ordinárias da rede varejista, com poder de voto.
Com essa nova configuração, o grupo francês acredita que Abilio decidirá sair do negócio e já trabalha com a possibilidade de que ele venda suas ações, afirma o jornal.
Para isso, existe um outro acordo estabelecendo as condições de preço para a compra das ações do empresário brasileiro pelo Casino.
O francês Jean-Charles Naouri, controlador do Casino, não fala com Abilio desde julho de 2011, quando soube que o empresário brasileiro havia negociado o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do banco BTG Pactual para fundir as operação do Pão de Açúcar com o Carrefour no Brasil.
O Casino considerou traição a tentativa de Abilio por não ter sido informado previamente das negociações com seu maior rival na França e porque essa operação, se tivesse sido consolidada, levaria o grupo a uma diluição na nova companhia, pela qual já havia pago pelo controle em 2005.

Por iG