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Hopi Hari reabre após 22 dias e doa ingressos a funcionários

O Hopi Hari reabriu ao público neste domingo, às 11h, após passar 22 dias fechado para perícia, e distribuiu ingressos gratuitos a seus funcionários para que pudessem trazer seus amigos e parentes para se divertir.
As atividades do parque vão até às 19h. Alguns brinquedos não estão funcionando, entre eles o Simulakron, o Splasha e La Tour Eiffel, onde houve o acidente que resultou na morte de Gabriella Yukari Nichimura. A área Arriba Biba também não funcionará até que se façam as devidas reformas necessárias.
Embora as filas para alguns brinquedos sejam longas, com espera de até uma hora, alguns frequentadores afirmam que o parque não está tão cheio quanto costuma ser nos dias de domingo.
Em nota a imprensa, o parque diz que, desde o acidente, todos os esforços do parque estão concentrados em cooperar com as autoridades para a apuração da verdade a respeito do acidente com Gabriella Nichimura. Avaliações preliminares apontaram que sucessivas falhas humanas podem ter sido a causa da tragédia.
O vice-presidente do Hopi Hari, Cláudio Guimarães, afirmou nesta sexta-feira (23) que ainda é "prematuro" dizer qual a responsabilidade do parque no acidente que matou uma adolescente. "A responsabilidade vai ficar definida no momento que terminar a investigação. Seja qual for, o parque vai assumir", disse Guimarães, em entrevista à imprensa. "Seria irresponsável já criar uma hipótese."
De acordo com ele, se a diretoria do parque soubesse que a cadeira do acidente tinha um defeito naquele dia teria tomado uma medida "imediata".
Nos últimos 20 dias, atrações de Hopi Hari e seus procedimentos de operação passaram por rigorosas avaliações técnicas feitas pelo Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, CREA - SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Corpo de Bombeiros e TÜV SÜD Industrie Service, empresa alemã que audita os maiores parques do mundo.
Gabriella Yukari Nichimura, 14, sentou em uma cadeira do brinquedo La Tour Eiffel que devia estar desativada. Por isso, o colete de segurança não foi travado. A jovem caiu de uma altura de cerca de 25 metros e morreu a caminho do hospital. A Polícia Civil investiga o caso e diz que ao menos quatro pessoas podem ser indiciadas sob suspeita de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Ao menos um supervisor foi informado por operadores de que a cadeira estava com a trava "frouxa". O advogado de dois operadores do brinquedo, Bichir Ale Bichir Júnior, afirmou que o treinamento dado aos funcionários é insuficiente.
Segundo Guimarães, o Hopi Hari irá contratar uma empresa especializada para avaliar o treinamento feito pelo parque e, se achar necessário, sugerir melhorias.
A medida faz parte de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado na quinta entre o parque e o Ministério Público, em que o Hopi Hari se comprometeu a realizar uma série de melhorias para voltar a operar.
No documento, o Ministério Público exige ainda que o parque reforce as sinalizações de segurança (como avisos de regras de uso e áreas restritas) e traduza os manuais dos brinquedos para o português, assim como os avisos dirigidos aos técnicos de manutenção e operação. Em alguns brinquedos, esses manuais estavam em outros idiomas.
Além do La Tour Eiffel, as atrações West River Hotel e Simulakron seguem fechadas ao público. A atração Giranda Mundi e a área de Aribabiba ainda passarão por perícia. O parque já previa reformular esta última e, antes de reabri-la, deve permitir que o Ministério Público faça nova vistoria no local.
"Com a demonstração de transparência que estamos dando, tenho certeza que a população vai perceber que o parque é seguro", disse Guimarães.
De acordo com Guimarães, os seis acionistas do parque decidiram, por unanimidade, manter os investimentos previstos para este ano.

Por Folha