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Demóstenes Torres: 'Provarei que sou inocente'

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) afirmou nesta quinta-feira (12), no Conselho de Ética do Senado, que provará ser inocente, defendendo-se por escrito e também comparecendo ao órgão para responder os questionamentos dos colegas, seguindo o regimento da Casa. "O que tem de ser feito judicialmente vai ser feito. Aqui, quero me defender no mérito. Ainda não tive oportunidade de fazer, eu farei e provarei que sou inocente", disse.
A reunião desta quinta-feira foi marcada para o sorteio do relator do processo aberto a pedido do PSOL para apurar a quebra de decoro parlamentar de Demóstenes. O senador é acusado de envolvimento em um esquema de exploração de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes disse que algumas questões regimentais deixaram de ser observadas na reunião do dia 10, na qual foi acatado o pedido de investigação contra ele. Demóstenes argumentou que o Regimento Interno prevê que ao presidente interino cabe apenas conduzir o pleito que elegerá o presidente definitivo e o vice-presidente. Demóstenes acrescentou ainda que a eleição do presidente acontecerá em até cinco dias úteis depois da indicação formal, realizada nesta quinta. Diante do questionamento do senador, o presidente interino do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-CE), foi eleito.
A dificuldade encontrada para a definição do presidente do conselho se repetiu na escolha do relator do processo contra Demóstenes. Após seis sorteios e cinco desistências, foi escolhido o senador Humberto Costa (PT-PE) para relatar a representação do PSOL. Primeiro a ser sorteado, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) declinou da função alegando "foro íntimo". O mesmo ocorreu com o senador Gim Argello (PTB-DF). Terceiro a ser sorteado, o senador Cyro Nogueira (PP-PI), por telefone, recusou a função. Os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros (PMDB-AL) também declinaram.
"Já que ninguém quer ser relator, quem quer ser presidente?", ironizou o, àquela altura ainda presidente interino do conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). O ex-presidente do conselho senador Jayme Campos (DEM-MT), antes do início da eleição como já havia manifestado anteriormente, declarou-se impedido de participar da escolha do relator do caso por ser do mesmo partido de Demóstenes, o Democratas.

Por Época