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Governador de Goiás pede investigação contra ele mesmo

O advogado do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu nesta quinta-feira que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, abra uma investigação contra o tucano.
Antonio Carlos Almeida Castro disse que o pedido partiu do próprio governador, que, segundo ele, não teme ser investigado por suas supostas ligações com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que foi preso em operação da Polícia Federal e é alvo de uma CPI (Comissão Mista Parlamentar de Inquérito).
"Estou fazendo isso a pedido do meu cliente, que quer ser investigado. A imagem dele está sendo deturpada e a investigação servirá para esclarecer tudo isso."
O nome do governador goiano é citado nas gravações da PF que integram material da Operação Monte Carlo. No início deste mês, Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Perillo, foi exonerada após a divulgação de gravações que indicam que ela recebeu informações de Cachoeira sobre operações policiais sigilosas.
Nesta quinta-feira, o blog Quid Novi, do jornalista Mino Pedrosa, divulgou parte do processo da operação da PF, segundo o qual Perillo teria recebido um pacote de R$ 500 mil de Cachoeira acondicionado em uma caixa de computador. O intermediário da negociação teria sido, segundo o blog, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcês.
Além disso, a PF apontou que o dinheiro injetado pela construtora Delta em empresas de fachada e ligadas ao esquema de Cachoeira financiava campanhas eleitorais. Empresas que receberam recursos da Alberto e Pantoja Construções Ltda., cuja única fonte de renda identificada pela PF, era a Delta Construções, abasteceram cofres de campanhas em Goiás, como a de Perillo.
Perillo afirma que as doações eram legais e nega o envolvimento do governo de Goiás em qualquer ato de contravenção. Ele também anunciou uma auditoria nas licitações entre o Estado e a Delta Construções.
Após analisar o pedido de Perillo, o procurador-geral poderá arquivar a representação, pedir mais informações, ou também pedir a abertura de inquérito contra o governador ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que governador tem foro privilegiado.
Com a instalação da CPI para investigar os políticos e servidores privados ligados a Cachoeira, o PSDB já considera inevitável um depoimento do governador goiano, segundo informou a coluna Poder Online. Na quarta-feira, o líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), afirmou que o partido apresentará um requerimento à comissão para a convocação de Perillo.
É o preço que o partido está disposto a pagar, por acreditar que, com investigações mais aprofundadas, a CPI provocará um desgaste maior ao seu rival, o PT. O governador petista Agnelo Queiroz (DF) também é citado nos grampos da PF.

Por iG