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Prefeitura do Rio confirma saída da Delta de obras na cidade

A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira a saída da construtora Delta do consórcio formado com a Andrade Gutierrez para as obras da Transcarioca --corredor expresso que vai ligar a Barra da Tijuca à Penha.
O comunicado foi feito pela própria direção do consórcio ao município. A Delta está envolvida em suspeitas de irregularidades com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais.
Segundo a direção do consórcio, a Andrade Gutierrez vai assumir integralmente as obras. A expectativa é de que a mudança não traga prejuízos à continuidade das ações. No grupo, a Delta detinha 42% das ações.
A obra está orçada em R$ 798 milhões. Segundo a prefeitura, cerca de 35% das construções já foram feitas e 29% do contrato já foi pago.
Na semana passada, a Delta teria deixado as obras de reforma do estádio do Maracanã. Ainda não foi feito comunicado oficial de sua saída. Nos últimos dias, a empresa deixou de aportar R$ 7 milhões para pagar fornecedores. A reforma no estádio é tocada em parceria com a Andrade Gutierrez e a Odebrecht. As empresas discutem a divisão do ônus.
Na reforma do Maracanã, de R$ 860 milhões, o consórcio já recebeu do Estado cerca de R$ 320 milhões. Na semana passada, o presidente da construtora, Fernando Cavendish, disse à Folha que poderia quebrar, já que o foco na empresa levaria governos e bancos a sustarem pagamentos e créditos.
Nesta quarta-feira, Cavendish comunicou sua saída da direção da Delta. No seu lugar, foi nomeado o engenheiro Carlos Alberto Verdini. Uma auditoria externa analisará contratos da empresa e entregará os resultados às autoridades para descartar irregularidades e salva a empresa da falência.
Os governos federal e do Estado do Rio investigam os contratos que mantêm com a Delta. Desde 2007, a empresa é a que mais recebe verba do Orçamento da União: em 2011, foram R$ 862 milhões. Desse valor, 90% vieram do Dnit, a maioria para obras do PAC.

Por Folha