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Senado acata pedido para investigar Demóstenes

O presidente interino do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), julgou procedente a abertura das investigações sobre o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o esquema de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Valadares só tomou a decisão após consultar o plenário do conselho, que julgou regimental a sua iniciativa, uma vez que o PMDB ainda não indicou um titular para o cargo de presidente do conselho.
Valadares assumiu interinamente o cargo por ser o senador de maior idade entre os integrantes do conselho, conforme prevê o Regimento Interno do Senado.
Demóstenes, que deixou o DEM há uma semana, é acusado de associação criminosa com o empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira. Gravações da Polícia Federal, feitas com autorização da Justiça e divulgadas esta por ÉPOCA, mostram o senador e Cachoeira negociando projetos de lei, inclusive para obras da Copa do Mundo.
No total, a PF gravou mais de 300 conversas entre Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira. O senador se defende dizendo que é amigo de Cachoeira, e que não há, nas conversas, nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e um fogão importados como presente de casamento.
Em outra reportagem, ÉPOCA mostrou que o senador tinha um rádio Nextel exclusivo para se comunicar com Cachoeira. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília.

Por Época