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Após prejuízo, Gol anuncia nova redução de assentos para 2012

Diante de um prejuízo de R$ 41,4 milhões no trimestre, a Gol anunciou mais cortes na oferta de assentos para 2012: a empresa pretende encerrar o ano com uma redução de 2% em assentos ofertados. Em março, a previsão era repetir a oferta de 2011.
"Essa redução de capacidade é única na história da aviação brasileira", disse o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira. "Estamos confiantes que essa disciplina de capacidade vai garantir retorno aos acionistas no médio prazo."
A oferta de assentos por quilômetro foi de 50,2 bilhões em 2011 e vai cair para 49,2 bilhões. Com isso, a empresa espera elevar a ocupação dos voos, melhorando a rentabilidade.
Segundo Constantino Júnior, se o mercado como um todo crescer de 5% a 7% este ano e a empresa conseguir melhorar a ocupação dos aviões (dos atuais 67,9% para mais de 71%) será possível encolher a oferta sem perder participação de mercado.
Em aviões, a frota de Gol e Webjet será reduzida de 150 para 138 aviões, com a substituição de jatos mais antigos e menos eficientes por modelos mais novos.
 
RESULTADO

Mesmo depois de adotar uma série de medidas de redução de custos, a Gol encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 41,4 milhões --ante lucro de R$ 69,4 milhões no mesmo período do ano anterior. Operacionalmente, contudo, a empresa conseguiu voltar para o azul, com um pequeno lucro de R$ 7,3 milhões (margem de 0,3%).
O combustível, principal vilão do prejuízo obtido no ano passado, continuou afetando os resultados da empresa. As despesas com abastecimento aumentaram 23,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Hoje o insumo já representa 44,1% dos custos totais da companhia. No mesmo período do ano passado era 38% e no quarto trimestre, 40,4%.
Excluindo gastos com combustíveis, a empresa conseguiu reduzir os custos operacionais em 8,9% ante o quarto trimestre. Ou 3,9% na comparação com igual período do ano passado.
As despesas com tarifas de pouso e decolagem subiram 45% e já representam o terceiro mais importante custo operacional (atrás de combustível e pessoal).
Preocupado com o aumento dos custos para as empresas, o governo já estuda forma de desonerar o setor. Mas as medidas, embora contem com a simpatia da Secretaria da Aviação Civil, enfrenta resistência no Ministério da Fazenda, que não vê como atendê-las no curto prazo.
 
DELTA
 
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, negou que estaria negociando a venda de mais 17% da companhia para a americana Delta, que já detém 3% da brasileira. "Nós negamos rumores ou boatos. Não existe qualquer conversa nesse sentido", disse.

Por Folha