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Na estreia da CPI do Cachoeira, Cabral evita os microfones

No primeiro dia da CPI do Cachoeira, o governador do Rio, Sérgio Cabral, tentou manter a rotina e cumpriu agenda oficial, na manhã desta quarta-feira, no Palácio Guanabara. Prestes a ser convocado para depor sobre suas relações com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, Cabral participou da assinatura de um termo de cooperação do Proeis (Programa Estadual de Integração da Segurança), que permitirá o trabalho de policiais militares fardados em escolas da rede estadual, durante suas horas de folga do serviço regular na PM. Convenientemente, Cabral evitou a imprensa, limitando-se a um breve discurso sobre o programa.
Recentemente, foram divulgadas imagens que expuseram a intimidade de Cabral e alguns de seus secretários com Cavendish. O ex-governador Anthony Garotinho, adversário político de Cabral, divulgou em seu blog uma série de fotos do rival durante uma viagem a Paris, em 2009. Em clima de confraternização, secretários de governo e o empreiteiro Cavendish posam com guardanapos nas cabeças, após um jantar.
A divulgação das imagens coloca Cabral numa situação delicada, porque lança suspeitas sobre os contratos firmados entre a Delta Construções e o governo do estado. A empreiteira recebeu 1,5 bilhão de reais na gestão Cabral. Numa articulação da oposição no Rio, o deputado Fernando Francischini (PSDB-RJ) deve apresentar ainda nesta quarta-feira um requerimento para que Cabral seja ouvido pela CPI do Cachoeira.

Por Veja