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Conservadores gregos declaram vitória e pedem governo de coalizão

O líder do partido conservador Nova Democracia se proclamou vencedor das eleições gregas e convidou as forças políticas pró-euro a formar um governo de união nacional.
A apuração parcial indica vitória dos conservadores e afasta o temor de líderes europeus e mercados mundiais de uma possível ruptura com o acordo de socorro firmado pelo país.
"O povo votou hoje pela permanência do país na zona do euro e à favor das forças políticas que trarão desenvolvimento e emprego. Convidamos todas as forças políticas que acreditam nisso a participar de um governo de salvação nacional", afirmou.
Com cerca de 80% dos votos apurados, o partido conservador aparecia com pouco mais de 30% dos votos, enquanto o radical Syriza tinha cerca de 26%. O partido socialista Pasok tinha 12,5% dos votos.
Diante dos dados, o líder do Syriza reconheceu a derrota, mas garantiu que continuará a campanha de oposição ao pacto de austeridade no país. "Embora o Syriza não seja o partido mais votado, é a primeira força da oposição contra o memorando", afirmou.
Os dados iniciais sustentam possível a formação de uma maioria do Legislativo entre Pasok e Nova Democracia, ambos favoráveis à manutenção do acordo de socorro.
Pesquisas de boca de urna projetaram resultados davam à Nova Democracia um total de 127 lugares no novo Parlamento --com 300 assentos--, frente aos 72 que ficariam com o Syriza. O partido socialista Pasok ficaria com 32 cadeiras legislativas, de acordo com a pesquisa.
As eleições legislativas deste domingo na Grécia são consideradas por analistas como sendo, na prática, um referendo sobre a permanência do país na zona do euro.
O principal temor sobre o pleito era de que um governo formado após as eleições se recusasse a cumprir as medidas de austeridade --que implicam em cortes impopulares de gastos públicos --levando à suspensão dos repasses da União Europeia.
Sem o dinheiro europeu e do FMI, a Grécia seria forçada a dar um calote em suas dívidas externas e domésticas. A medida poderia forçar a saída do país da zona do euro e o retorno à sua moeda anterior, o dracma.
O colapso poderia pressionar ainda mais países europeus que já enfrentam dificuldades para rolar as suas dívidas, como Espanha e Itália. Poderia fazer sangrar todo o sistema bancário europeu, desencadeando uma crise global.
"Estou aliviado. Estou aliviado pela Grécia e pela Europa. Trabalharemos para que o país saia da crise", disse o líder do Nova Democracia Antonis Samaras.

Por Folha