Esposa teria matado executivo da Yoki por traição
A morte do empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, ex-diretor
executivo da Yoki Alimentos, pode ter sido decorrente de um crime
passional. Essa possibilidade é a principal suspeita dos investigadores
do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que afirmaram
nesta terça-feira, em entrevista na sede do órgão, que as investigações
estão bem encaminhadas. A suspeita recai sobre Elize Matsunaga, mulher
do empresário, que fez curso técnico de enfermagem e era “exímia
atiradora” – o casal fez curso de tiro, e Marcos era colecionador de
armas.
“Há indícios de traição. (Traição) Da parte dele”, afirmou o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP. “No momento, diante das informações que já temos, tudo indica ser um crime passional.” Segundo a polícia, ela nega que tenha cometido o assassinato.
A família do empresário registrou um boletim de ocorrência no dia 22 pois suspeitava de sequestro. A Yoki foi vendida por quase R$ 2 bilhões no final do mês passado. Sete dias depois, partes do seu corpo foram encontradas em sacos plásticos pela polícia em Cotia, na Grande São Paulo. No dia 28, houve o reconhecimento formal das partes do corpo de Matsunaga.
Depois de o corpo de Marcos ter sido encontrado, Elize entregou três armas da coleção do marido para a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo, supostamente para contribuir com a campanha nacional pelo desarmamento. Mas, segundo os policiais, uma delas, a pistola 765, tem o mesmo calibre da arma utilizada para balear o empresário antes do esquartejamento. Ele sofreu um tiro do lado esquerdo da cabeça, à queima-roupa. A assessoria da GCM confirmou ao iG que será feita uma perícia no armamento pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica para saber se trata-se da mesma arma do crime. Não há previsão para a divulgação do laudo.
Os investigadores também descartaram o suposto envolvimento de policiais militares que fariam a segurança do casal. “Ventilou-se ontem que a escolta do casal era feita por PMs. Isso não procede. Em momento nenhum, o DHPP disse isso. Esse casal não tinha escolta nem segurança, muito menos da PM”, afirmou Carrasco.
Mauro Dias, titular da equipe F-Sul do DHPP, também rechaçou qualquer ligação entre a recente venda da Yoki para o grupo americano General Mills, sacramentada no dia 24 de maio por R$ 1,95 bilhão. “Eu descarto, neste momento, qualquer problema envolvendo a empresa ou a relação disso com o crime”, disse. A empresa estava à venda desde o ano passado.
‘Indícios fortes’
Elize teve a prisão temporária, válida por cinco dias, decretada pela Justiça na última segunda-feira. De acordo com os investigadores, o casal chegou junto ao prédio onde morava no dia 18 de maio, na companhia da filhinha de pouco mais de 1 ano e das empregadas que trabalhavam no apartamento. No dia seguinte, os empregados foram dispensados e Elize e Marcos ficaram sozinhos com a criança no local. No dia 19, as câmeras do circuito interno registram o ex-diretor da Yoki descendo para pegar uma pizza – ele não seria mais visto a partir de então. No dia 20, Elize deixa a residência por volta das 11h30, carregando malas, e fica 12 horas ausente. Só volta às 23h50, sem as malas.
“É outro indício forte. Estamos fazendo o cruzamento das informações. Informalmente, ela nega. Ela diz que teria saído com as malas porque viajaria para o Paraná, mas se arrependeu, desistiu da viagem e voltou. Mas voltou sem as malas? É uma indagação que precisamos investigar", afirmou Carrasco.
Reconhecimento
Várias partes do corpo de Marcos foram encontradas no dia 27 de maio, na região de Cotia, inclusive a cabeça. No dia seguinte, houve o reconhecimento formal do corpo pelos familiares do empresário. De acordo com os investigadores do DHPP, durante toda a madrugada desta terça-feira, foram feitas diligências pelos policiais no apartamento do casal, na zona oeste de São Paulo, nas quais foi utilizado luminol, um reagente químico que localiza manchas de sangue.
Também foram encontrados sacos plásticos do mesmo tipo daqueles que foram usados para colocar pedaços do corpo do empresário. “Os sacos plásticos tinham uma característica não muito comum, um filete vermelho. É o mesmo tipo de saco encontrado no apartamento”, afirmou o delegado.
Os delegados que investigam o esquartejamento do empresário também chamaram a atenção para o número de geladeiras existentes no apartamento do casal. “Há muitas geladeiras e refrigeradores, até acima do normal de um apartamento”, disse Carrasco. “São bem mais congeladores do que qualquer pessoa normal”, completou Mauro Dias, titular da equipe F-Sul do DHPP. A polícia vai pedir à perícia que verifique a possibilidade de se congelar partes de corpos nestes congeladores.
Elize não teve, até o momento, nenhuma foto divulgada pelos investigadores, mas de acordo com os delegados ela tem cerca de 1,65m, é magra, loira e nasceu no Paraná. A suspeita pelo crime só foi ouvida informalmente, mas ainda não prestou depoimento. A tendência é que seja pedida a prorrogação de sua prisão temporária ao final dos cinco dias. “Hoje, com certeza, eu pediria a prorrogação”, disse Carrasco.
Os delegados confirmaram que Marcos Kitano Matsunaga possuía um seguro de vida de R$ 600 mil. Elize era uma das beneficiárias.
“Há indícios de traição. (Traição) Da parte dele”, afirmou o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP. “No momento, diante das informações que já temos, tudo indica ser um crime passional.” Segundo a polícia, ela nega que tenha cometido o assassinato.
A família do empresário registrou um boletim de ocorrência no dia 22 pois suspeitava de sequestro. A Yoki foi vendida por quase R$ 2 bilhões no final do mês passado. Sete dias depois, partes do seu corpo foram encontradas em sacos plásticos pela polícia em Cotia, na Grande São Paulo. No dia 28, houve o reconhecimento formal das partes do corpo de Matsunaga.
Depois de o corpo de Marcos ter sido encontrado, Elize entregou três armas da coleção do marido para a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo, supostamente para contribuir com a campanha nacional pelo desarmamento. Mas, segundo os policiais, uma delas, a pistola 765, tem o mesmo calibre da arma utilizada para balear o empresário antes do esquartejamento. Ele sofreu um tiro do lado esquerdo da cabeça, à queima-roupa. A assessoria da GCM confirmou ao iG que será feita uma perícia no armamento pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica para saber se trata-se da mesma arma do crime. Não há previsão para a divulgação do laudo.
Os investigadores também descartaram o suposto envolvimento de policiais militares que fariam a segurança do casal. “Ventilou-se ontem que a escolta do casal era feita por PMs. Isso não procede. Em momento nenhum, o DHPP disse isso. Esse casal não tinha escolta nem segurança, muito menos da PM”, afirmou Carrasco.
Mauro Dias, titular da equipe F-Sul do DHPP, também rechaçou qualquer ligação entre a recente venda da Yoki para o grupo americano General Mills, sacramentada no dia 24 de maio por R$ 1,95 bilhão. “Eu descarto, neste momento, qualquer problema envolvendo a empresa ou a relação disso com o crime”, disse. A empresa estava à venda desde o ano passado.
‘Indícios fortes’
Elize teve a prisão temporária, válida por cinco dias, decretada pela Justiça na última segunda-feira. De acordo com os investigadores, o casal chegou junto ao prédio onde morava no dia 18 de maio, na companhia da filhinha de pouco mais de 1 ano e das empregadas que trabalhavam no apartamento. No dia seguinte, os empregados foram dispensados e Elize e Marcos ficaram sozinhos com a criança no local. No dia 19, as câmeras do circuito interno registram o ex-diretor da Yoki descendo para pegar uma pizza – ele não seria mais visto a partir de então. No dia 20, Elize deixa a residência por volta das 11h30, carregando malas, e fica 12 horas ausente. Só volta às 23h50, sem as malas.
“É outro indício forte. Estamos fazendo o cruzamento das informações. Informalmente, ela nega. Ela diz que teria saído com as malas porque viajaria para o Paraná, mas se arrependeu, desistiu da viagem e voltou. Mas voltou sem as malas? É uma indagação que precisamos investigar", afirmou Carrasco.
Reconhecimento
Várias partes do corpo de Marcos foram encontradas no dia 27 de maio, na região de Cotia, inclusive a cabeça. No dia seguinte, houve o reconhecimento formal do corpo pelos familiares do empresário. De acordo com os investigadores do DHPP, durante toda a madrugada desta terça-feira, foram feitas diligências pelos policiais no apartamento do casal, na zona oeste de São Paulo, nas quais foi utilizado luminol, um reagente químico que localiza manchas de sangue.
Também foram encontrados sacos plásticos do mesmo tipo daqueles que foram usados para colocar pedaços do corpo do empresário. “Os sacos plásticos tinham uma característica não muito comum, um filete vermelho. É o mesmo tipo de saco encontrado no apartamento”, afirmou o delegado.
Os delegados que investigam o esquartejamento do empresário também chamaram a atenção para o número de geladeiras existentes no apartamento do casal. “Há muitas geladeiras e refrigeradores, até acima do normal de um apartamento”, disse Carrasco. “São bem mais congeladores do que qualquer pessoa normal”, completou Mauro Dias, titular da equipe F-Sul do DHPP. A polícia vai pedir à perícia que verifique a possibilidade de se congelar partes de corpos nestes congeladores.
Elize não teve, até o momento, nenhuma foto divulgada pelos investigadores, mas de acordo com os delegados ela tem cerca de 1,65m, é magra, loira e nasceu no Paraná. A suspeita pelo crime só foi ouvida informalmente, mas ainda não prestou depoimento. A tendência é que seja pedida a prorrogação de sua prisão temporária ao final dos cinco dias. “Hoje, com certeza, eu pediria a prorrogação”, disse Carrasco.
Os delegados confirmaram que Marcos Kitano Matsunaga possuía um seguro de vida de R$ 600 mil. Elize era uma das beneficiárias.
Por iG